Os segredos da mente vencedora e a inteligência aplicada
12/02/2016
Desde os primórdios da humanidade, a começar por Hemiunu, o construtor da Grande Pirâmide de Quéops em 2560 a.C. até os dias atuais, pessoas que têm sucesso e as que falham sempre na obtenção de resultados utilizam os mesmos princípios. As mesmas leis e procedimentos que podem levar para uma vida de sucesso, riqueza, felicidade e todas as coisas com que sempre sonhamos, também podem nos levar para a ruína. Os princípios são os mesmos, mas o que faz a diferença é a forma como vencedores e perdedores aplicam esses princípios. Assim, a mente vitoriosa e a mente perdedora têm comportamentos internalizados que se repetem, sobretudo nas situações de adversidade, de crise e de tensão. Identificar a dinâmica destes comportamentos e os procedimentos e praticas para mudanças radicais é fundamental para quem quiser andar pela trilha do sucesso pessoal e profissional. Assim sendo, dois pontos são básicos: conhecer os princípios e aplicar estes princípios com inteligência.
E tudo começa com a evolução do cérebro e com o conceito de cérebro trino do neurocientista Paul MacLean. Estudando a evolução do cérebro, MacLean concluiu que houve três grandes momentos. O primeiro foi surgimento do cérebro reptiliano, o cérebro que os dinossauros possuíam. Também é conhecido como cérebro instintivo e têm a ver com necessidades primárias, como fome, sede e outras necessidades de sobrevivência, e é capaz apenas de promover reflexos simples. O passo seguinte da evolução foi o surgimento do cérebro mamífero antigo, que é o cérebro dos mamíferos inferiores, tem a ver com as emoções.
Finalmente surge o neocórtex, que é o cérebro dos seres humanos, o cérebro capaz do pensamento, com seus os dois hemisférios. O hemisfério esquerdo, que para a maioria das pessoas é responsável pela fala, linguagem e raciocínio lógico. O hemisfério direito que é responsável pelos conceitos gestalticos, criatividade.
Assim, do conceito de cérebro trino devemos ter em conta que existe uma relação que é pensamento, emoção ação. E tudo começa com o pensamento e neste sentido cabe lembrar Buda, que há mais de 2.500 anos já dizia: “tudo o que somos é resultado do que pensamos”. E o pensamento tem três atributos importantes que são as capacidades de perceber, compreender e decidir. A percepção é a chave do comportamento e um dos erros mais comuns que existem é as pessoas acharem que aquilo que elas veem é a realidade. Errado, isto porque existem dois fenômenos que confundem a percepção. Um é a chamada alucinação negativa.
Você alguma vez já procurou um objeto e não encontrou para depois se dar conta de que estava na sua frente? Ou seja, às vezes a gente olha e não vê. O outro é a chamada alucinação negativa, que corresponde às miragens, às ilusões, aos grandes equívocos. Eike Batista, por exemplo, viu petróleo onde não tinha.
Compreender e avaliar são o segundo atributo importante do neocórtex e da inteligência. O mega bilionário Warren Buffet, por exemplo, atribuiu o seu sucesso á sua capacidade de avaliação. Mas um terceiro ponto importante do neocórtex e da inteligência é a capacidade de decidir. E aqui cabem algumas considerações relevantes:
- Quer queiramos ou não estamos sempre decidindo, pois não decidir já é uma decisão
- Decisão é uma escolha entre alternativas e tudo o que se faz na vida é uma alternativa e toda alternativa tem benefícios e custos.
- É nos momentos de decisão que o nosso destino é definido
- São nossas decisões e não as condições de nossa vida que moldam o nosso destino
- Você começa a mudar a sua existência no momento que toma uma nova decisão. você deve saber que a qualquer momento uma decisão pode mudar o curso de sua vida para sempre
- Muitas vezes, são as pequenas decisões ao longo do caminho que fazem com que as pessoas fracassem
- As decisões acontecem aos níveis estratégico, tático e operacional. Uma má decisão ao nível operacional pode ocasionar prejuízos. Mas uma decisão equivocada ao nível estratégico pode quebrar uma empresa. E esta foi a razão da falência do Supermercado Paes Mendonça
- A verdadeira decisão importa em ação
É por estas e outras que Peter Drucker, o chamado guru dos gurus da Administração disse que “o produto final do trabalho de um administrador são decisões e ações”.
Um outro ponto fundamental do cérebro é que o cérebro é um mecanismo cibernético e buscador de objetivos. Até por volta de 1940, não se sabia exatamente como o cérebro funcionava. O que se sabia era como se a cabeça fosse recheada com chumaços de algodão. Só quando Norbert Wiener e John von Neumann identificaram os princípios da cibernética é que eles concluíram que o cérebro também é um mecanismo cibernético, ou seja, buscador de objetivos. E neste sentido devemos considerar quatro momentos relevantes, que são: objetivo, ação, feedback, que pode ser positivo ou negativo e manutenção ou correção da ação e do rumo. O fato é que uma pessoa chega ao sucesso por ensaio, erro e acerto. Assim, a mente vencedora é uma mente que decide com competência sobre objetivos, ação, feedback e correção dos desvios.
Outro ponto relevante é o das emoções. O ser humano age basicamente no sentido de buscar o prazer e evitar a dor e alguns pontos devem ser considerados:
- Toda grande realização passou pela dor de curto prazo. Nada jamais é alcançado por aqueles que desistem quando as coisas se tornam difíceis
- Quem evita dor de curto prazo pode ter dor de longo prazo
- Qualquer tipo de disciplina exige passagem pela dor - investimento/pagar o preço, disciplina no trabalho, relacionamentos, confiança pessoal, aptidão física e financeira.
Mas no fundo, por baixo de tudo o que o ser humano faz está o seu sistema de crenças. Nossas crenças constituem a força orientadora para dizer o que nos levará a dor e o que levará ao prazer. As crenças são extremamente poderosas, haja visto o efeito placebo, em que uma pessoa, comprovadamente doente toma um medicamento fictício e acaba se curando. Mas em contraposição existe o efeito Nocebo, em que uma pessoa acredita que foi atingida por uma desgraça e acaba ficando doente em função disto.
Eis algumas considerações sobre crenças:
- São as conclusões que você tira a seu respeito, dos outros e do mundo
- Correspondem a um comando hipnótico que você dá para você mesmo e uma vez aceitas, nossas crenças tornam-se ordens inquestionáveis para o sistema nervosos e possuem o poder de expandir ou destruir as possibilidades do nosso presente ou futuro.
- O ser humano tem necessidade de acreditar e ter verdades e certezas. crenças são as nossas verdades e afetam o nosso sistema imunológico. Robert Dilts, um especialista em crenças, conseguiu curar um câncer de sua mãe que de acordo com os médicos, tinha poucos meses de vida.
As crenças também têm a ver com o chamado jogo interno de que fala Tim Gallwey, que muitos consideram o pai do coaching, e que começou suas atividades profissionais como treinador de tênis. Gallwey observou que todo tenista joga dos jogos. O joga externo é o que se joga com o adversário e o jogo interno que é o jogo que uma pessoa joga consigo mesmo. E quem perde o jogo interno também perde o jogo externo, como foi o caso de Zinedine Zidane na Copa do Mundo de Futebol de 2006 na Alemanha.
As crenças da mente perdedora são fragilizadoras por excelência e, entre elas, as piores são as chamadas crenças de desamparo. Uma pessoa com uma crença de desamparo é uma pessoa que tem certeza de que não pode fazer nada para mudar, que seus problemas de vida não tem solução, faça ela o que fizer. É algo do tipo: se correr o bicho pega e se ficar o bicho come. Ou seja: não existe esperança de solução.
Entre as crenças fortalecedoras e da mente vencedora está a de que é possível mudar se a pessoa estiver verdadeiramente comprometida, e a de que é sempre possível fazer diferente e melhor.
De qualquer forma, é fundamental ter presente que os princípios utilizados pela mente vencedora e pela mente perdedora são os mesmos. O que faz a diferença é a forma como são aplicados pela mente vencedora e pela mente perdedora.
E, para completar, é sempre bom ter presente uma música do compositor Billy Blanco que diz: “O que dá para rir também dá para chorar”.
Fonte: Portal Administradores
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