O sucessor precisa estar com tudo pronto, tão logo ele assuma as suas novas funções.
Mas está enganado quem pensa que basta chegar e tomar conta de tudo, sem nenhum preparo. A equação é bem simples: se em tudo na vida é preciso planejar os detalhes, em uma empresa familiar não é diferente.
O problema maior nem é preparar o sucessor, mas saber se o candidato já está pronto para assumir esta responsabilidade. Eduardo Valério, diretor-presidente da JValério, associada à Fundação Dom Cabral, diferencia herdeiros e sucessores antes de mais nada. "Um herdeiro vai herdar o que lhe for deixado previsto na lei. Já o sucessor deve ser preparado para, antes de tudo, ser um excelente proprietário do legado deixado pelas gerações anteriores" diferencia Eduardo Valério.
O diretor-presidente da JValério explica que o sucessor na gestão de um negócio deve ser preparado muito antes do que se imagina. A grande questão é: preparar o sucessor para qual sucessão? Patrimonial? Gestão? Ou ambos? Eduardo Valério exemplifica:
"Vamos tomar como exemplo a sucessão para a gestão. O início está na identificação de quais competências serão necessárias para assegurar o futuro da organização e, com base nelas, construir o perfil das principais diretorias da empresa. Dessa forma é feita a avaliação dos potenciais ocupantes destas funções, em quanto tempo estas pessoas estarão preparadas e qual será o processo de desenvolvimento a ser seguido".
Como deve ser feita a avaliação dos herdeiros logo no início do processo
Eduardo entende que o processo deve ser iniciado com muita antecedência e não há uma única fórmula para o seu desenvolvimento.
"Antes de mais nada deverá ser apurada descrição do perfil da função que o herdeiro postula ocupar. Falando em assumir funções na gestão da empresa, o processo de identificação do perfil adequado para a função começa pela definição das competências técnicas e pessoais demandas pela função".
Em função desta definição devem ser aplicados testes específicos afim de apurar e avaliar os candidatos melhor adequados.
Sangue novo na empresa familiar
As novas gerações (terceira, quarta, etc) precisam estar atentas com relação ao foco do negócio. Todas as empresas familiares enfrentam grandes desafios e, dentre eles, a perenidade do negócio familiar.
"Vários aspectos contribuem para agravar o desafio, dentre eles o distanciamento que as novas gerações têm das origens e valores formadores da empresa. No início da empresa há valores muito importantes sobre os quais os fundadores depositaram suas energias para alavancar o crescimento da empresa" afirma Eduardo Valério.
Para finalizar, Eduardo Valério explica que cabe a cada geração resgatar estes valores, mantê-los vivos e transmiti-los às novas gerações pois, estas não tiveram a oportunidade de vivenciá-los, mas certamente irão precisar para a continuidade dos negócios.
Foto: Pixabay/ Courtany
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