À medida que envelhecemos mais e melhor, a prestação de serviços que envolvem o cuidado demandam soluções para suprir a alta demanda
“A coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”, já diria Arnaldo Antunes no famoso verso de “Envelhecer”, música composta pelo cantor e poeta ao completar 50 anos (hoje, ele está com 64). Assim como Antunes cantou a coragem dos que enfrentam e afrontam o passar do tempo, é cada vez mais notório o envelhecimento populacional pelo qual atravessa a sociedade. Porém, não se trata apenas de viver mais, mas também cada vez melhor. Portanto, seria injusto evitarmos falar abertamente sobre o tema, principalmente porque ao agirmos assim não estaremos contribuindo para acabar com preconceitos e tabus relacionados à terceira idade.
Diante das mudanças demográficas registradas no Brasil e no mundo, é natural que a maioria dos setores, da economia à saúde, passem por intensas transformações. Além de bem-vindas, elas são absolutamente indispensáveis para a melhoria da prestação de serviços, especialmente no que diz respeito ao cuidado humano, que deve ser realizado com acolhimento e eficiência. Não por acaso, soma-se ao contexto a chegada de novas tecnologias, a exemplo da inteligência artificial (IA), e suas contribuições aos sistemas com foco principal na experiência dos usuários. Afinal, em um mundo com 8,2 bilhões de habitantes e grande parte deles passando dos 60 - a maioria, sem pensar em se aposentar tão cedo já que a expectativa de vida beira os 81 -, será preciso agir para conseguir atender a alta demanda.
Pensando nisso, confira a seguir alguns números que demonstram a importância de voltar as atenções ao futuro da saúde, tanto do ponto de vista econômico como cultural.
O aumento da população idosa não se restringe ao nosso país, pelo contrário, pode ser considerado um fenômeno global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a parcela de indivíduos nessa faixa etária deve chegar a 22% em 2050, o equivalente a 2,1 bilhões de cidadãos. Para se ter uma ideia, isso representa quase o dobro do registrado em 2015, quando eram apenas 12%. Por aqui, não será muito diferente e tudo indica que teremos um estreitamento na base da pirâmide geracional daqui para frente.
De 2012 a 2021, o número de idosos no país subiu 39,8%. Conforme o Censo Demográfico de 2010, na época, as pessoas com mais de 60 anos somavam 20,5 milhões, o equivalente a 10,78% do total. Após 12 anos e um salto para 31,2 milhões, a porcentagem chegou a 14,7% de brasileiros. Quem tem 65 ou mais somam 10,9%, um aumento de 57,4% em relação a 2010 - quando quem estava dentro do perfil citado somava 7,4%. Aliás, clica aqui para ler o artigo onde listamos os principais fatores que levam a esse crescimento de grande proporção em âmbito nacional baseados nas estimativas e projeções do IBGE.
Sem resistir a uma analogia simplória, porém certeira, não podemos negar que acumular horas de voo e bagagem é um trunfo que merece o reconhecimento pelo prazer de estar vivo. Ainda mais se a longevidade vier acompanhada de bom estado físico, mental e social. Mais que uma conquista impossível de ser menosprezada, significa estar trilhando um caminho que apesar de ter data de validade, vai compensar cada etapa da viagem. Inclusive, atualmente, é super comum o período ser marcado pelo redescobrimento de propósitos e a busca por aprendizados que no auge da fase adulta e ativa nem sempre havia espaço na agenda.
Em muitos casos, a boa genética e os bons hábitos contam e muito. No entanto, passar por muitas estações também está atrelado ao aumento de doenças crônicas, internações e tratamentos mais longos, entre outras coberturas que elevam as despesas dos convênios médicos e planos de saúde. Um levantamento do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), de 2021, indica que a quantidade de usuários de planos com 60 anos ou mais deve aumentar 47% até 2031. Nessa perspectiva, o segmento de prestação continuada ou cobertura de custos assistenciais é um dos que mais enfrentam desafios para lidar com o aumento expressivo do uso de assistência médica de maneira geral pelos beneficiários.
A essa altura, resta saber como as organizações e os profissionais que atuam na área da saúde irão lidar com todas essas informações no dia a dia para equilibrar a equação de modo a não estrangular as operadoras. Segundo o relatório “Horizontes de Saúde”, feito pela consultoria KPMG, os sistemas voltados ao segmento no Brasil e em todo o mundo estão enfrentando dificuldades com as mesmas questões relacionadas tanto ao acesso e à demanda dos serviços, quanto à falta e ao esgotamento físico dos funcionários.
Partindo da premissa, apontam três possíveis cenários:
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