Saiba mais sobre as tendências tecnológicas que estão aprimorando o atendimento e a relação médico-paciente no Brasil por meio da transformação digital
A relação da medicina com a tecnologia não chega a ser uma grande novidade. Ao longo dos anos, presenciamos uma série de revoluções, sobretudo na segurança e precisão diagnóstica, capazes de melhorar a qualidade de vida da população, prevenindo doenças ou aumentando as chances de cura. Sem falar nas inúmeras vantagens aplicadas na gestão da saúde, um ecossistema tão complexo quanto vital à sociedade. Sendo assim, compreender as aplicações práticas desses avanços é fundamental para quem deseja se tornar um profissional atualizado dentro de um dos setores que mais inovam atualmente.
Contudo, as tendências do segmento se mostram emergentes e uma delas é, sem dúvidas, a transformação digital. Nela, figuram projetos que visam melhorar tanto a eficiência do atendimento prestado pelas empresas quanto a relação entre médicos e pacientes. Porém, neste vasto universo, certas inovações têm se destacado graças ao potencial que exercem sobre a atuação médica de maneira geral. Em contrapartida, a medida que elas ficam mais comuns também tornam-se um desafio a mais na hora de integrá-las à prática clínica e aos atuais fluxos de trabalho.
Diante do cenário, duas formas de intervenção estão abrindo caminhos para o aprimoramento de tratamentos e procedimentos cirúrgicos, bem como de treinamentos e experiências educacionais. Estamos falando da realidade aumentada (AR) e da realidade virtual (VR), ferramentas que, juntas, podem contribuir em diversas frentes, entre elas, em prol do nosso bem-estar físico e mental via ações personalizadas de acordo com as necessidades e preferências de cada pessoa.
Se você já estava acostumado com as conquistas proporcionadas pela inteligência artificial, espere até ver o que a AR e a VR podem fazer na convergência dos ambientes físicos e on-line quando o assunto são os cuidados médicos. Confira como essa imersão traz soluções que antes pareciam distantes do cotidiano.
Qual a diferença da realidade virtual e aumentada
A princípio, a realidade virtual e a realidade aumentada levam a crer que ambas são, fundamentalmente, a mesma coisa. No entanto, enquanto a primeira refere-se a simulação de um ambiente dentro do universo digital, a segunda faz o oposto ao simular dados virtuais sobrepondo as informações, como imagens e textos, no mundo real.
Se ainda ficou um pouco confuso, confira abaixo as definições e imagine as situações que usaremos para exemplificar e entender de uma vez por todas.
Realidade Aumentada (AR): consiste na tecnologia que integra um conteúdo virtual dentro de um cenário real a partir de câmeras, lentes, sensores, computação e inteligência artificial. Com isso, permite sobrepor elementos oferecendo outras perspectivas. Na arquitetura e decoração, existem aplicativos que oferecem a AR como uma alternativa para visualizar a disposição de móveis e outros objetos nos cômodos da casa antes de efetuar a compra. Para quem é gamer, ao caçar os personagens do jogo Pokémon Go pelas ruas das cidades. Na saúde, os cirurgiões podem acessar exames e outras imagens relacionadas ao procedimento em tempo real e diretamente sobre o corpo do paciente, o que gera mais precisão aos movimentos e amplia a visualização de detalhes que poderiam passar despercebidos a olho nu. Com a tecnologia, os futuros médicos verão estruturas complexas do organismo em modelos 3D, obtendo melhor detalhamento da região estudada;
Realidade Virtual (VR): já aqui, o usuário acessa o metaverso com a utilização de gadgets como óculos VR, luvas, headsets, entre outros dispositivos, para imergir dentro de uma nova camada da realidade 100% construída com o auxílio de softwares, computadores de alto desempenho e periféricos especializados. Tradicionalmente, a realidade virtual torna possível que os usuários naveguem em videogames como se fossem os próprios personagens. No que diz respeito ao desenvolvimento de hard e soft skills, a realidade virtual na educação permite interagir com segurança com simulações cujo equivalente na vida real seria muito mais delicado, e no qual um erro mínimo poderia ter consequências fatais. Por exemplo, ao realizar uma cirurgia de coração aberto, controlar o tráfego aéreo, negociar a libertação de reféns, identificar situações de risco em uma fábrica ou apagar um incêndio, só para ilustrar.
AR e VR em números
De acordo com as previsões da GlobalData, o mercado de realidade aumentada valerá US$ 100 bilhões até 2030, ante US$ 22 bilhões em 2022. No entanto, segundo o relatório, a adoção em larga escala de dispositivos para este fim será limitada no curto prazo devido ao seu alto custo e à relativa imaturidade da tecnologia.
Uma pesquisa realizada pela Ipsos, em 2022, para avaliar a percepção de cidadãos do Brasil e de outros 28 países sobre temas como metaverso e realidade estendida (que inclui realidade aumentada e realidade virtual), concluiu que os brasileiros enxergam os avanços com bons olhos. Para 60%, a possibilidade de se envolver com realidade virtual no dia a dia é algo positivo. Considerando as respostas de todos os países, a média global sobre esse tema ficou em 50%.
Benefícios das realidade virtual e aumentada na área da saúde
A implementação da realidade aumentada (AR) nos procedimentos cirúrgicos traz uma série de vantagens notáveis. Afinal, essa tecnologia de ponta possibilita uma maior precisão, reduz a margem de erro e melhora a eficácia geral das operações, além de aprimorar a experiência de aprendizagem dos profissionais de saúde. Por isso, vejamos alguns dos seus principais benefícios:
Aumento da precisão: com a AR, os cirurgiões têm uma visão mais clara da anatomia interna do paciente, o que os permite realizar intervenções mais precisas;
Redução de erros: a AR pode auxiliar no mapeamento pré-operatório, melhorando a localização de pontos-chave e diminuindo a probabilidade de erros;
Maior eficiência: ao ter acesso a dados cirúrgicos diretamente no campo de visão, os cirurgiões podem trabalhar de maneira mais eficiente, sem ter que desviar o olhar;
Treinamento aprimorado: por fim, permite simulações que oferecem aos profissionais da saúde um meio prático para aprimorar suas habilidades sem colocar em risco a saúde do paciente.
Mesmo que ainda embrionário, o uso da realidade virtual na medicina já tem impactado o setor de diferentes formas, seja contribuindo com a aprendizagem dos profissionais, já que a visualização de ambientes virtuais imersivos facilita o aprendizado, seja para o tratamento de pacientes, visto que a recuperação pode ser influenciada pela tecnologia.
Para compreender melhor a importância da realidade virtual na medicina, listamos abaixo as principais aplicações que têm sido feitas nos dias de hoje, sendo elas:
Aperfeiçoamento de profissionais: ao invés de treinar em cadáveres e apenas operarem, de fato, depois de formados, os estudantes de medicina passam a ter alto nível de prática ao longo do curso com a simulação de cirurgias e outros procedimentos que, até então, só teriam contato após a conclusão. Na Universidade de Stanford, por exemplo, a realidade virtual permitiu que os alunos realizassem cirurgias virtuais nos seios da face de uma forma muito similar a real. Já na Universidade Case Western Reserve, os docentes têm um campus para treinamento imersivo com aulas de anatomia digital;
Transtornos mentais: no ambiente virtual, quem sofre de ansiedade, depressão e transtorno obsessivo compulsivo (TOC) experimenta alterações no corpo e na mente parecidas com os sintomas verdadeiros com a Terapia de Exposição à Realidade Virtual (VRET). Tudo em um cenário controlado e com acompanhamento de especialistas, como psiquiatras e psicólogos;
Fobias: outra indicação da VRET tem auxiliado a psiquiatria no tratamento de fobias, uma vez que a técnica promove a abordagem mais direta dos medos e angústias em um contexto controlado. Isto é, em vez de visualizar ou mentalizar os medos, torna-se possível vivenciar a situação dentro do consultório, um espaço seguro e acolhedor. Durante a terapia, médicos e psicólogos podem avaliar as respostas do paciente e indicar os melhores tratamentos;
Controle da dor: da mesma forma que a tecnologia de realidade virtual na medicina pode acalmar a ansiedade de alguém, ela também é eficaz para amenizar a dor com o uso de jogos virtuais - como o SnowWorld, desenvolvido pela Universidade de Washington - utilizados para amenizar dores de queimaduras que, em tese, são consideradas bastante intensas. Basicamente, o jogo consiste em fazer o jogador lançar bolas de neve em pinguins com o uso do mouse, enquanto o tratamento é realizado nas queimaduras. A eficácia desta técnica já foi comprovada por meio de imagens escaneadas do cérebro, que constataram a redução da dor nos pacientes, surpreendendo médicos e cientistas.
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