Realidades aumentada e virtual na gestão da saúde

25/07/2024
Realidades aumentada e virtual na gestão da saúde | JValério

Saiba mais sobre as tendências tecnológicas que estão aprimorando o atendimento e a relação médico-paciente no Brasil por meio da transformação digital

A relação da medicina com a tecnologia não chega a ser uma grande novidade. Ao longo dos anos, presenciamos uma série de revoluções, sobretudo na segurança e precisão diagnóstica, capazes de melhorar a qualidade de vida da população, prevenindo doenças ou aumentando as chances de cura. Sem falar nas inúmeras vantagens aplicadas na gestão da saúde, um ecossistema tão complexo quanto vital à sociedade. Sendo assim, compreender as aplicações práticas desses avanços é fundamental para quem deseja se tornar um profissional atualizado dentro de um dos setores que mais inovam atualmente.

Contudo, as tendências do segmento se mostram emergentes e uma delas é, sem dúvidas, a transformação digital. Nela, figuram projetos que visam melhorar tanto a eficiência do atendimento prestado pelas empresas quanto a relação entre médicos e pacientes. Porém, neste vasto universo, certas inovações têm se destacado graças ao potencial que exercem sobre a atuação médica de maneira geral. Em contrapartida, a medida que elas ficam mais comuns também tornam-se um desafio a mais na hora de integrá-las à prática clínica e aos atuais fluxos de trabalho.

Diante do cenário, duas formas de intervenção estão abrindo caminhos para o aprimoramento de tratamentos e procedimentos cirúrgicos, bem como de treinamentos e experiências educacionais. Estamos falando da realidade aumentada (AR) e da realidade virtual (VR), ferramentas que, juntas, podem contribuir em diversas frentes, entre elas, em prol do nosso bem-estar físico e mental via ações personalizadas de acordo com as necessidades e preferências de cada pessoa.

Se você já estava acostumado com as conquistas proporcionadas pela inteligência artificial, espere até ver o que a AR e a VR podem fazer na convergência dos  ambientes físicos e on-line quando o assunto são os cuidados médicos. Confira como essa imersão traz soluções que antes pareciam distantes do cotidiano.

Qual a diferença da realidade virtual e aumentada

A princípio, a realidade virtual e a realidade aumentada levam a crer que ambas são, fundamentalmente, a mesma coisa. No entanto, enquanto a primeira refere-se a simulação de um ambiente dentro do universo digital, a segunda faz o oposto ao simular dados virtuais sobrepondo as informações, como imagens e textos, no mundo real.

Se ainda ficou um pouco confuso, confira abaixo as definições e imagine as situações que usaremos para exemplificar e entender de uma vez por todas.

  • Realidade Aumentada (AR): consiste na tecnologia que integra um conteúdo virtual dentro de um cenário real a partir de câmeras, lentes, sensores, computação e inteligência artificial. Com isso, permite sobrepor elementos oferecendo outras perspectivas. Na arquitetura e decoração, existem aplicativos que oferecem a AR como uma alternativa para visualizar a disposição de móveis e outros objetos nos cômodos da casa antes de efetuar a compra. Para quem é gamer, ao caçar os personagens do jogo Pokémon Go pelas ruas das cidades. Na saúde, os cirurgiões podem acessar exames e outras imagens relacionadas ao procedimento em tempo real e diretamente sobre o corpo do paciente, o que gera mais precisão aos movimentos e amplia a visualização de detalhes que poderiam passar despercebidos a olho nu. Com a tecnologia, os futuros médicos verão estruturas complexas do organismo em modelos 3D, obtendo melhor detalhamento da região estudada;
  • Realidade Virtual (VR): já aqui, o usuário acessa o metaverso com a utilização de gadgets como óculos VR, luvas, headsets, entre outros dispositivos, para imergir dentro de uma nova camada da realidade 100% construída com o auxílio de softwares, computadores de alto desempenho e periféricos especializados. Tradicionalmente, a realidade virtual torna possível que os usuários naveguem em videogames como se fossem os próprios personagens. No que diz respeito ao desenvolvimento de hard e soft skills, a realidade virtual na educação permite interagir com segurança com simulações cujo equivalente na vida real seria muito mais delicado, e no qual um erro mínimo poderia ter consequências fatais. Por exemplo, ao realizar uma cirurgia de coração aberto, controlar o tráfego aéreo, negociar a libertação de reféns, identificar situações de risco em uma fábrica ou apagar um incêndio, só para ilustrar.

AR e VR em números

De acordo com as previsões da GlobalData, o mercado de realidade aumentada valerá US$ 100 bilhões até 2030, ante US$ 22 bilhões em 2022. No entanto, segundo o relatório, a adoção em larga escala de dispositivos para este fim será limitada no curto prazo devido ao seu alto custo e à relativa imaturidade da tecnologia.

Uma pesquisa realizada pela Ipsos, em 2022, para avaliar a percepção de cidadãos do Brasil e de outros 28 países sobre temas como metaverso e realidade estendida (que inclui realidade aumentada e realidade virtual), concluiu que os brasileiros enxergam os avanços com bons olhos. Para 60%, a possibilidade de se envolver com realidade virtual no dia a dia é algo positivo. Considerando as respostas de todos os países, a média global sobre esse tema ficou em 50%.

Benefícios das realidade virtual e aumentada na área da saúde

A implementação da realidade aumentada (AR) nos procedimentos cirúrgicos traz uma série de vantagens notáveis. Afinal, essa tecnologia de ponta possibilita uma maior precisão, reduz a margem de erro e melhora a eficácia geral das operações, além de aprimorar a experiência de aprendizagem dos profissionais de saúde. Por isso, vejamos alguns dos seus principais benefícios:

  • Aumento da precisão: com a AR, os cirurgiões têm uma visão mais clara da anatomia interna do paciente, o que os permite realizar intervenções mais precisas;
  • Redução de erros: a AR pode auxiliar no mapeamento pré-operatório, melhorando a localização de pontos-chave e diminuindo a probabilidade de erros;
  • Maior eficiência: ao ter acesso a dados cirúrgicos diretamente no campo de visão, os cirurgiões podem trabalhar de maneira mais eficiente, sem ter que desviar o olhar;
  • Treinamento aprimorado: por fim, permite simulações que oferecem aos profissionais da saúde um meio prático para aprimorar suas habilidades sem colocar em risco a saúde do paciente.

Mesmo que ainda embrionário, o uso da realidade virtual na medicina já tem impactado o setor de diferentes formas, seja contribuindo com a aprendizagem dos profissionais, já que a visualização de ambientes virtuais imersivos facilita o aprendizado, seja para o tratamento de pacientes, visto que a recuperação pode ser influenciada pela tecnologia.

Para compreender melhor a importância da realidade virtual na medicina, listamos abaixo as principais aplicações que têm sido feitas nos dias de hoje, sendo elas:

  • Aperfeiçoamento de profissionais: ao invés de treinar em cadáveres e apenas operarem, de fato, depois de formados, os estudantes de medicina passam a ter alto nível de prática ao longo do curso com a simulação de cirurgias e outros procedimentos que, até então, só teriam contato após a conclusão. Na Universidade de Stanford, por exemplo, a realidade virtual permitiu que os alunos realizassem cirurgias virtuais nos seios da face de uma forma muito similar a real. Já na Universidade Case Western Reserve, os docentes têm um campus para treinamento imersivo com aulas de anatomia digital;
  • Transtornos mentais: no ambiente virtual, quem sofre de ansiedade, depressão e transtorno obsessivo compulsivo (TOC) experimenta alterações no corpo e na mente parecidas com os sintomas verdadeiros com a Terapia de Exposição à Realidade Virtual (VRET). Tudo em um cenário controlado e com acompanhamento de especialistas, como psiquiatras e psicólogos;
  • Fobias: outra indicação  da VRET tem auxiliado a psiquiatria no tratamento de fobias, uma vez que a técnica promove a abordagem mais direta dos medos e angústias em um contexto controlado. Isto é, em vez de visualizar ou mentalizar os medos, torna-se possível vivenciar a situação dentro do consultório, um espaço seguro e acolhedor. Durante a terapia, médicos e psicólogos podem avaliar as respostas do paciente e indicar os melhores tratamentos;
  • Controle da dor: da mesma forma que a tecnologia de realidade virtual na medicina pode acalmar a ansiedade de alguém, ela também é eficaz para amenizar a dor com o uso de jogos virtuais - como o SnowWorld, desenvolvido pela Universidade de Washington - utilizados para amenizar dores de queimaduras que, em tese, são consideradas bastante intensas. Basicamente, o jogo consiste em fazer o jogador lançar bolas de neve em pinguins com o uso do mouse, enquanto o tratamento é realizado nas queimaduras. A eficácia desta técnica já foi comprovada por meio de imagens escaneadas do cérebro, que constataram a redução da dor nos pacientes, surpreendendo médicos e cientistas.

Quer aprofundar sobre essa questão e tantas outras que fazem parte das demandas modernas do setor da saúde no Brasil? Se sim, temos um encontro marcado no próximo dia 16 de agosto, na sede da JValério, em Curitiba (PR).

Na ocasião, será a estreia da primeira turma do programa Gestão de Negócios da Saúde (GNS). As vagas são limitadas, mas corra que ainda dá tempo de garantir seu lugar! Não fique de fora!

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