Saiba quais fatores são responsáveis pelo envelhecimento populacional no Brasil e conheça alternativas para que as operadoras do setor possam lidar com o processo
Não se pode negar que a longevidade é, sem dúvidas, um triunfo. Envelhecer, especialmente mantendo bom estado físico, mental e social, significa uma enorme conquista impossível de ser menosprezada. Contudo, o processo de envelhecimento populacional tem acontecido rapidamente no Brasil e sem que as demandas emergentes possam ser devidamente trabalhadas. O resultado? Cresce a necessidade de olhar com extrema atenção a esse público para que os padrões culturais não o limite e, muito menos, o desvalorize.
De 2012 a 2021, o número de idosos no país subiu 39,8%. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, na época, as pessoas com mais de 60 anos somavam 20,5 milhões, o equivalente a 10,78% dos habitantes. Após 12 anos e um salto para 31,2 milhões, a porcentagem chegou a 14,7% de brasileiros. Quem tem 65 ou mais somam 10,9%, sendo que a taxa representa um aumento de 57,4% em relação a 2010 - quando os cidadãos dentro do perfil citado eram de apenas 7,4%.
Você deve estar se perguntando: a que se atribui o estreitamento na base da pirâmide etária e quais desafios o envelhecimento populacional provoca, sobretudo, nos negócios do setor da saúde? É o que veremos a seguir.
Não é apenas por aqui que o envelhecimento populacional tem movimentado diversos setores da economia, incluindo os sistemas de saúde. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), daqui uns 30 anos a quantidade de idosos será a mesma que a de crianças a nível global. Porém, para o IBGE, em âmbito nacional o cenário é reflexo das conjecturas a seguir.
Enquanto no início do século passado, comemorava-se - pasmem - em torno de 34 aniversários, a partir dos anos 2000, a média - felizmente - passou para os 70. Pelas projeções demográficas do instituto, em 2026, chegaremos, tranquilamente, aos 81. Para especialistas, as mudanças no formato piramidal podem estar ligadas à queda da fecundidade e a adoção de novos padrões de comportamento, reflexos diretos das diversas evoluções as quais a sociedade vem passando.
Levando em conta uma infinidade de questões socioculturais que permeiam uma grande nação como a nossa em termos de extensão territorial, mesmo assim é nítida a redução da fecundidade. O declínio vem ocorrendo em virtude de projetos de educação sexual, planejamento familiar, utilização de métodos contraceptivos, maior participação das mulheres no mercado de trabalho, expansão da urbanização, entre outros. Para se ter uma ideia, o total de crianças com até 14 anos de idade recuou de 24,1%, em 2010, para 19,8%, em 2022. Em suma, 12,6% a menos no intervalo pesquisado.
Se na década de 1960, era comum uma família ter 6,3 filhos por mulher em idade reprodutiva, a realidade hoje é bem diferente. As novas gerações estão mais comprometidas com outros aspectos da fase adulta, como por exemplo, estudos e carreiras. Aliás, com participação feminina bem mais ativa nesse sentido do que se imaginava há 60 anos. Atualmente, quem está dentro da média é a mãe que tem entre um e dois filhos - mais precisamente, 1,7, como apontam os registros mais recentes sobre nascimentos obtidos nas Estatísticas do Registro Civil e na plataforma DataSUS, do Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda, de acordo com o levantamento do IBGE, o Brasil tem seis milhões a mais de mulheres do que homens. Na prática, essa diferença está relacionada com a maior mortalidade deste sexo de nascimento em todos os grupos etários, dos bebês aos longevos. Além disso, nas idades adultas, a sobremortalidade masculina é mais intensa. E, com o envelhecimento populacional, a redução de 0 a 14 anos e o inchaço na porcentagem de idosos há um aumento da proporção de mulheres, uma vez que elas sobrevivem mais.
Após pontuar alguns dos principais fatores que levam ao envelhecimento populacional, é importante frisar quais são os efeitos diretos desse panorama no dia a dia de quem já acumulou bastante experiência. Listamos abaixo algumas das medidas que devem ser tomadas pensando na proteção da pessoa idosa.
Com a longevidade, cresce a incidência de doenças crônicas, internações e tratamentos mais longos, entre outras coberturas que elevam as despesas dos convênios médicos e planos de saúde. Um levantamento do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), de 2021, indica que o número de usuários de planos com 60 anos ou mais deve aumentar 47% até 2031. Nessa perspectiva, o segmento de prestação continuada ou cobertura de custos assistenciais é um dos que mais enfrentam desafios para lidar com o aumento expressivo do uso de serviços de maneira geral pelos beneficiários.
Portanto, pensar em alternativas voltadas à atenção primária, prevenção e gestão de pacientes crônicos são citadas por especialistas como caminhos possíveis para equilibrar a equação de modo a não estrangular as operadoras. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), reguladora vinculada ao Ministério da Saúde, cita mudanças no modelo assistencial, tornando-o cada vez mais direcionado a medidas preventivas com garantia da qualidade e segurança no atendimento. Embora tratar doenças seja algo imprescindível, nunca se falou tanto em cuidados integrais como agora.
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