Teoria U sugere novos olhares às lideranças e gestões

21/02/2024
Teoria U sugere novos olhares às lideranças e gestões | JValério

Saiba mais sobre a metodologia formada por 7 etapas capazes de promover mudanças e suspender crenças limitantes 

Para o doutor em economia, Otto Scharmer, a maneira pela qual podemos fazer negócios mais sustentáveis e focados no bem-estar coletivo tem forma de letra do alfabeto, mais especificamente uma vogal. Apesar de relativamente nova, a metáfora já tem sido replicada por gestores que reconhecem a importância de amplas e significativas modificações na forma de liderar equipes, sobretudo em contextos mais tradicionais. 

Estamos falando da aclamada Teoria U, cuja proposta é tornar-se uma tecnologia social que ajude a conectar indivíduos, empresas e toda a sociedade. Reconhecido internacionalmente como um dos mais diferenciados especialistas em liderança da atualidade, Scharmer propõe a metodologia às organizações que almejam inovar em projetos e planejamentos estratégicos, mas se deparam com a resistência de colaboradores e barreiras impostas pela própria estrutura organizacional. Para ele, os objetivos tendem a se concretizar naturalmente caso os agentes envolvidos compreendam verdadeiramente a necessidade de 

No artigo de hoje, vamos compreender como a Teoria U pode ser a chave capaz de abrir a mente, o coração e a vontade a fim de promover reais transformações por meio das vivências. Em contrapartida, veremos como as vozes de resistência nos prendem a padrões considerados obsoletos que travam o crescimento profissional. 

O que é a Teoria U

Em linhas gerais, a Teoria U é um conjunto de ferramentas e práticas que, juntas, formam um modelo de aprendizagem e gerenciamento de mudanças pautadas em novas formas de liderança e gestão. Segundo Scharmer, atua como uma lente pela qual é possível observar as habilidades sociais de um ponto de vista profundo que não só leva em conta o que fazem e como fazem os líderes, como também foca em diferentes perspectivas, sobretudo, internas. Nesse sentido, sugere que a qualidade dos resultados dependem do estado interior do observador ou participante. 

Isto é, verte do lugar de onde atuam e dependem da atenção e intenção empregadas em cada situação. Só para ilustrar, dois líderes, nas mesmas circunstâncias, fazendo a mesma coisa, podem gerar resultados completamente distintos, dependendo do propósito a partir do qual cada um deles age. Com a Teoria U, todos se tornam capazes de melhorar as capacidades de compreensão e desenvolver habilidades para lidar com os complexos desafios, tanto da atualidade como do futuro. 

Como a Teoria U funciona

A princípio, a Teoria U nos convida a embarcar em uma jornada repleta de subidas e descidas, assim como o formato do grafema do sistema alfabético. À medida que descemos pela vertical esquerda do U, encontramos a base e logo somos levados a subir por sua vertical direita. Não por acaso, o caráter visual se divide em três etapas que são cíclicas. 

  1. Sentir: primeiramente, o indivíduo deve descer o U e conectar-se com o “senti”’ enquanto livra-se de todos os seus filtros, questionando seus padrões de mentalidade e observando a realidade sem pré-julgamentos;
  2. Estar presente: em seguida ele chega ao fundo do U aonde irá conectar-se com o “estar presente”, descobrindo a si mesmo, suas visões e propósitos;
  3. Realização: por fim, inicia-se a subida do U, que está conectada à “realização”, dando forma real às propostas que surgiram.

Ao longo da jornada do U, cada indivíduo fortalece competências de liderança que são fundamentais para a criação de um novo estado de realidade. Juntas, as sete etapas que veremos a seguir formam um processo de aprendizado e mudança que pode ser aplicado em uma variedade de contextos, desde o desenvolvimento pessoal até a transformação organizacional.

  1. Suspender: é a capacidade de suspender juízos habituais e ver a situação com novos olhos. Isso envolve parar e prestar atenção aos preconceitos e suposições, para só então enxergar novas possibilidades;
  2. (Re)direcionar: depois de suspender os julgamentos, somos incentivados a redirecionar a atenção para fora e para o mundo ao invés de apenas para nossos próprios pensamentos e emoções. Isso significa se tornar mais consciente do que está acontecendo ao redor e nos tornamos mais receptivos às necessidades dos outros;
  3. Deixar ir: envolve liberar velhos modos de pensar e se abrir para novas possibilidades. Isso pode ser um desafio, pois muitas vezes nos apegamos fortemente às identidades e comportamentos pré-estabelecidos;
  4. Estar Presente: uma vez que deixamos ir antigos padrões, podemos nos tornar totalmente presentes no momento atual. Isto é, prestar atenção plena e estar totalmente engajado com o que está acontecendo agora;
  5. Deixar vir: em vez de tentar forçar soluções, somos incentivados a ficar abertos e receptivos às novas oportunidades que podem emergir;
  6. Decretar a lei: nessa fase, as novas ideias e insights que surgiram são cristalizados em intenções claras ou decretos. Isso geralmente envolve tomar decisões assertivas sobre como agir com base no que foi obtido;
  7. Incorporar: na última etapa, as intenções são incorporadas na prática e pode envolver mudanças de comportamento, desenvolvimento de novas habilidades ou implementação de estratégias inéditas.

Vozes da resistência: julgamento, medo e cinismo 

Atualmente, muitos líderes estão sendo envolvidos em vivências que geram mindsets e, por consequência, potencializam suas performances. No entanto, antes de conquistar a plena consciência precisam enfrentar as vozes da resistência, que são o julgamento, o medo e o cinismo. Para os principais teóricos do tema, estes são os três principais “inimigos” que bloqueiam a abertura da mente, do coração e da vontade. 

Partindo da premissa, para que as mudanças ocorram de fato precisamos suspender essas três vozes:

  1. Voz do Julgamento: padrões limitantes de pensamento e julgamento. Essa voz bloqueia a criatividade;
  2. Voz do Cinismo: nos impede de sentir a realidade. Essa voz, bloqueia o sentimento e a empatia;
  3. Voz do Medo: receio intenso de deixar ir e de ir em frente. Essa voz, bloqueia a ação.

Quer saber mais sobre o assunto que vem sendo pauta em organizações de grande porte? A exemplo da Nike que, por meio do impacto da vivência e percepção, tem se tornado referência em sustentabilidade para além do discurso institucional. 

Pensando nisso, tanto a Teoria U como a suspensão das vozes da resistência fazem parte do conteúdo programático do curso de curta duração da JValério: Liderança de Impacto: Conexão e Ação para Resultados. Os encontros presenciais acontecem de 13 a 15 de março, no Biopark, em Toledo (PR). 

Clique aqui para mais informações. 

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER