Mulheres contam com soft skills importantes que fazem delas ótimas gestoras da sua própria empresa ou de terceiros, impactando nas oportunidades de emprego e expansão de negócios
Ao menos 10 milhões de mulheres empreendem no Brasil, segundo levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizado em 2022. E o crescimento desse número não deve desacelerar nos próximos anos. Isso porque além de 34% das mulheres serem hoje chefes de família, de acordo com o Sebrae, a presença feminina na liderança de empresas tem ganhado destaque.
Empresas lideradas por mulheres têm êxito porque além das habilidades técnicas adquiridas em sua área de formação, elas possuem com um fator extra: as soft skills. Em geral, mulheres contam com uma melhor inteligência emocional, por exemplo, o que as capacita a lidarem melhor com situações de conflito. Das mãos delas vem o cuidado com o capital humano que é tão relevante às organizações.
Além disso, mulheres costumam ter um maior senso de organização, o que facilita a aplicação de rotinas. Eles possuem ainda um olhar clínico para os detalhes. Essas características fazem com que a taxa de inadimplência em empresas lideradas por mulheres seja de 3,7%, enquanto na gestão masculina esse número chega a 4,2%.
E a facilidade em liderar com empatia faz com que as mulheres se destaquem nesta posição. Elas costumam ser líderes de diferentes frentes ao mesmo tempo e fazem isso muito bem, especialmente após se tornarem mães, quando é necessária a gestão não só da rotina do lar, mas dos filhos que estão conhecendo o mundo. Enfim, a própria maternidade acaba sendo um aprendizado que torna as mulheres ainda mais eficientes no quesito gestão de tempo.
Maternidade se torna um degrau no empreendedorismo
Não raro conhecemos mulheres que após a maternidade optaram pelo empreendedorismo, seja como única fonte de renda ou como uma forma de ampliar o orçamento familiar. Apesar de parecer que depois da chegada dos filhos a mulher terá menos tempo para cuidar do que é seu, é justamente nesse momento que habilidades escondidas e o desejo de um futuro melhor às crianças impulsionam as empreendedoras a enfrentar o que vier.
Pensando em negócios próprios, muitas mulheres optam por ter suas empresas quando veem a possibilidade de uma melhor qualidade de vida com os filhos. A chance de estar mais presente, especialmente na primeira infância quando as crianças estão formando seu caráter, é o que faz o empreendedorismo feminino nascer. Mas ainda que permaneçam sendo empregadas em uma empresa, a maternidade proporciona às mulheres ainda mais cuidado nas tarefas, disciplina, jogo de cintura, criatividade e resiliência para fazer com que o negócio caminhe forte, tornando-as um importante ativo.
E há, claro, o lado da moeda em que as mulheres acabam tendo que migrar para o empreendedorismo porque as empresas não compreendem o valor de uma mãe em seu quadro de funcionários. Neste momento, muitas acabam sendo demitidas após a licença-maternidade e quando não têm um nível de escolaridade elevado, acabam se vendo obrigadas a empreender, já que em diversas famílias ainda se tem a figura materna como a única responsável pelos cuidados com as crianças.
Empreendedorismo feminino impacta positivamente a economia
Mas por todas as habilidades sociais inatas às mulheres e a capacidade técnica adquirida pela grande maioria ao longo dos anos – estima-se que 16% das mulheres donas de empresa tenham uma escolaridade maior que a dos homens – é que o empreendedorismo feminino ao ser incentivado se torna um importante agente na economia do país.
Fora a taxa de inadimplência que é mais baixa do que a dos homens empreendedores, as mulheres também costumam buscar por empréstimos menores e honram com seus compromissos com maior frequência. Além disso, por atuarem em grande parte no setor de serviços, essas mulheres empreendedoras geram empregos, muitas vezes para outras mulheres, elevando o poder aquisitivo das famílias.