Aprender a elaborar um plano estratégico eficaz e inovador garante que a sua empresa atinja, de fato, todas as metas almejadas para o ano que está iniciando
O planejamento estratégico é o processo organizacional contínuo de usar o conhecimento disponível para documentar a direção pretendida de um negócio. Esse processo é usado para priorizar esforços, alocar recursos de maneira eficaz, alinhar acionistas e funcionários nos objetivos da organização e garantir que essas metas sejam respaldadas por dados e raciocínio sólido.
De acordo com a pesquisa descrita na Harvard Business Review, 85% das equipes de liderança executiva gastam menos de uma hora por mês discutindo estratégias e 50% não gastam tempo algum. A pesquisa também revela que, em média, 95% dos funcionários de uma empresa não entendem sua estratégia. Não é de admirar, então, que 90% das empresas não consigam atingir suas metas.
O planejamento estratégico é um processo contínuo e não uma reunião única. Com o argumento de que não é possível prever o futuro, muitos empresários e gestores ainda ignoram uma regra básica no mundo dos negócios: fazer um planejamento estratégico consistente pensando no curto, médio e longo prazo. Planejar é primordial em tempos de lentas ou rápidas transformações. Imaginar cenários e estar preparado para enfrentá-los é essencial para atravessar qualquer crise e alcançar os resultados almejados.
Ter visão sistêmica é a capacidade de enxergar e compreender o todo, analisando cada área e sua importância no conjunto da empresa. Ou seja: um gestor dotado de uma visão sistêmica consegue fazer um raio-x e entender quais são os pontos positivos e negativos de todos os setores da organização, como a linha de produção, o departamento de RH, o financeiro, o marketing etc.
A importância da visão sistêmica vai além da tomada de decisões e deve ser implementada também na hora do desenvolvimento do planejamento estratégico. Algumas metodologias podem inspirar os gestores a desenvolverem um olhar global sobre a organização.
Entre elas, a Matriz SWOT cruzada, que elenca os pontos fracos e fortes da empresa, as oportunidades e ameaças, além de considerar cenários internos e externos, respectivamente. Essa análise permite o esboço de um bom panorama sobre o ponto de partida do planejamento estratégico, para que os gestores realizem ações que possam levar a organização rumo ao destino onde almejam chegar.
A visualização das oportunidades e ameaças propostas pela análise SWOT, conversa com as 5 Forças preconizadas por Michael Porter - um dos papas da gestão de negócios. São elas: ameaça de produtos substitutos; ameaça de entrada de novos concorrentes; poder de negociação dos clientes; poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os concorrentes. Porter compreende que esses são os pilares de uma empresa, e se algum mudar, deve-se reavaliar seu posicionamento estratégico.
Outra ferramenta interessante é o conceito do Oceano Azul, criado por Chan Kim e Renée Mauborgne e apresentado no livro A Estratégia do Oceano Azul. A obra aponta uma solução para as empresas crescerem em mercados ainda não explorados: que seria o Oceano Azul.
A tradução da metáfora marinha é exatamente essa: sair do oceano vermelho, onde muito sangue foi derramado na batalha entre os concorrentes e migrar para o oceano azul, um local em que se pode nadar livremente.
O conceito prevê a identificação dos principais atributos de análise de um mercado. A teoria de Kim e Mauborgne estimula as lideranças a observarem como os principais players do cenário em questão se comportam em cada um dos quesitos elencados. O objetivo é claro como um oceano azul: encontrar um mercado inexplorado com base nos atributos não trabalhados pela concorrência.
Leia mais sobre isso no post: Visão sistêmica no planejamento estratégico: qual sua importância?
Em um artigo publicado na Harvard Business Review, o CEO estrategista e professor Graham Kenny, que leciona em universidades nos Estados Unidos e Canadá, aponta três passos para as empresas que quiserem fugir do tradicional e migrar para a criatividade e inovação na hora de criar o planejamento estratégico.
O primeiro passo é estabelecer um novo mindset, ou seja, parar de olhar apenas para dentro da organização e se libertar das ideias clássicas. Segundo Kenny, respostas para um planejamento estratégico realmente novo estão fora e não dentro dos muros das organizações.
O segundo passo é reconhecer as vulnerabilidades. Para o professor da Fundação Dom Cabral, Heitor Coutinho, que atua nas áreas de estratégia, mudanças organizacionais e gestão avançada de projetos, a agilidade é um dos adágios da gestão corporativa para que as empresas se adaptem às sucessivas crises que são uma condição perene no mundo contemporâneo.
“A agilidade representa uma capacidade de se adaptar às mudanças que ocorrem no ambiente externo em tempo hábil. Esse é o conceito principal. Mas a agilidade está relacionada também à capacidade das lideranças de lidarem com uma nova lógica da competição. Não foi só a estratégia que mudou, mas também os fatores que compõem o cenário competitivo”, argumenta Coutinho.
Já o terceiro passo é encontrar o parceiro ideal. E o que isso quer dizer? Embora nem sempre seja fácil sair das nossas quatro paredes, quando falamos em encontrar parceiros ideais, também estamos nos referindo a buscar um suporte que nos ajude a romper as barreiras da cultura organizacional. Para saber mais sobre os passos sugeridos por Graham Kenny, leia o post Como sair da caixa e criar estratégias de negócios realmente novas?