Para prevenir prejuízos e se blindar da imprevisibilidade do novo ano que se aproxima, líderes precisam investir na gestão de riscos para continuar a crescer
O ano de 2023 está no ar e com ele, muitas incertezas. Afinal, um novo governo comanda o país, além da invasão da Rússia contra a Ucrânia, que continua causando impactos na economia global.
Diante deste cenário de imprevisibilidades, o planejamento estratégico das empresas deve levar em conta resultados a curto e longo prazo. Segundo Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento, a gestão de risco emerge como um instrumento natural para diminuir os efeitos das mudanças que enfrentaremos em 2023.
Não é de hoje que as organizações precisam estar preparadas para um cenário de imprevisibilidades, que exigiu das lideranças a adoção de uma cultura de precaução permanente. “Deixar para agir quando o problema se instalou pode ser tarde, com consequências comprometedoras para o futuro da empresa bem como para seu posicionamento no mercado”, alerta o diretor.
Importância da liderança ambidestra
O presidente da Fundação Dom Cabral, Antonio Batista, ressalta que, num mundo de incertezas, as empresas têm que estar muito mais atentas às transformações nos ambientes onde estão inseridas. É preciso estabelecer visões de longo prazo e considerar mudanças de caminho no curto prazo. “É isso que define a liderança ambidestra, capaz de equilibrar diversos paradoxos: curto e longo prazo, o dos resultados com o progresso para a comunidade em que atua, o do capital moral e do capital econômico. Todos esses compromissos são a bússola da liderança na contemporaneidade”.
Como explica José A. P. Capito, professor associado da FDC, a concentração de esforços para identificar riscos e administrá-los surge como um diferencial estratégico para conviver com essa nova realidade, antes que ela possa prejudicar de vez o crescimento empresarial. O gerenciamento de crise, ao detectar tendências capazes de comprometer até mesmo os planos de crescimento, ajuda os empresários a agir com mais confiança na hora de tomar decisões acerca dos investimentos.
Ao tomar ciência antecipada dos problemas que poderá enfrentar, o gestor ganha um leque de opções maior para fazer frente a um cenário desafiador, mas está preparado para encará-lo de forma efetiva, sem improvisações.
Foco em três setores essenciais
Ainda de acordo com Capito, a gestão de risco deve focar, em síntese, em três setores: a área financeira da empresa, a equipe de colaboradores e a comunidade onde está inserida. As finanças surgem para dar fôlego extra, se a empresa tiver caixa para passar pelo período de turbulência. Já em relação aos funcionários, é imperativo que as equipes estejam sintonizadas com a cultura do enfrentamento de desafios e motivadas a se engajar nas tarefas para superá-los.
O terceiro item, a sociedade, entra de forma natural no processo de gestão de risco, já que a empresa é uma forte referência de valores para parte da população do local onde está inserida - como fonte geradora de emprego e renda naquela comunidade, por exemplo.
Gestão preparada
Para enfrentar este período de incertezas, especialistas apontam sete fatores que devem orientar os gestores em 2023: