Essa é uma das informações da pesquisa da PwC “Global NextGen 2022”, que revela ainda o comportamento dos gestores nas empresas familiares sobre a temática
Fazer a diferença para seu negócio e para o mundo: eis o propósito da sigla ESG (environmental, social, governance). Firmar um compromisso com a mudança e entender que as métricas do sucesso vão além das finanças e incluem a adoção dos princípios da economia circular, por exemplo, é o desafio dos gestores da atualidade. A ESG é um processo complexo e que mexe na estrutura de processos operacionais, culturais e financeiros e que são necessários para o futuro dos negócios.
Apesar de parecer distante para grande parte das organizações, a ESG não é mais uma tendência. Prova de que se tornou realidade - e um caminho sem volta - é que a sigla já aparece nos balanços financeiros de 2022. Nos dados operacionais já constam informações relacionadas aos riscos ambientais, sociais e de governança. O movimento faz parte de uma adaptação que as empresas de capital aberto terão que fazer até 2023. As alterações foram solicitadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na Instrução 480/09, em dezembro de 2021.
A normativa obriga as organizações brasileiras a apresentarem esses indicadores, além de um inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) e prestarem informações a respeito da diversidade do corpo de administradores e empregados. A resolução da CVM entrará em vigor em 2 de janeiro do próximo ano.
A medida soa como um alerta para todas as companhias no sentido de repensar seu modelo de gestão no que diz respeito à ESG. Além das iniciativas dos órgãos reguladores, os próprios investidores e a sociedade estimulam a adoção da sustentabilidade e do respeito aos direitos humanos por parte das empresas. A penalidade àquelas que não se preocupam com ações de responsabilidade social pode vir por parte dos próprios consumidores.
A pesquisa da PwC “Global NextGen 2022”, divulgada no último mês de agosto, aponta que as empresas que têm melhores pontuações de risco ESG também têm valor de mercado mais alto. O estudo também avaliou como está a implementação da sigla nas famílias empresárias. Nelas, as práticas sustentáveis são uma preocupação dos “nextgens”.
“Essa é uma boa notícia. Mais de 70% da nova geração acredita que há uma oportunidade para as empresas familiares liderarem as práticas de negócios sustentáveis, segundo a pesquisa da PwC. Se essa não é uma preocupação dos fundadores, o futuro pode ser promissor. Mesmo porque, conforme o mesmo estudo, o valor de mercado das empresas familiares começou a ficar para trás em relação ao das empresas não familiares listadas na bolsa. E esse fato é uma prova de que o propósito das organizações precisa caminhar lado a lado com os anseios da sociedade para que as companhias sejam aprovadas pelo mercado”, comenta Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento.
Essa também é a conclusão apresentada pelo relatório da “Global Next Gen 2022”: “E para manter a estabilidade e alcançar o crescimento necessário para obter sua "licença para operar”, será preciso superar limites e desafiar uma mentalidade arraigada há anos – “a forma como sempre foi feito”. A futura geração precisará de novas capacidades além do conhecimento digital para responder às preocupações ambientais, sociais e de governança (ESG): alcançar emissões líquidas zero, gerenciar as novas tendências para alcançar emissões líquidas zero, força de trabalho à medida que enfrentamos “a grande onda de pedidos de demissão” e identificar novos mercados em um mundo pós-pandemia”.
Ao que tudo indica, de fato, a implementação do ESG ficará a cargo dos sucessores nas empresas familiares. De acordo com a pesquisa, aumentar o foco em responsabilidade social e sustentabilidade é uma preocupação de 16% dos gestores da geração atual, contra 32% dos millennials e 38% da geração Z.