Pesquisa da Mckinsey lista 5 pontos que podem melhorar a atuação dos Conselheiros para que eles possam contribuir com as organizações a curto e longo prazo
Os diretores enfrentaram, nos últimos dois anos, desafios sem precedentes na gestão dos negócios. De acordo com a Pesquisa Global Mckinsey, uma das queixas das lideranças é o tempo dispendido em reunião do Conselho de Administração e que os encontros não se traduziram, efetivamente, em propostas de criação de valor.
Além disso, se comparada a edição de 2019 (pouco antes do início da pandemia), a nova pesquisa apresentou poucos avanços no que diz respeito ao impacto das decisões dos Conselheiros para gerar melhorias para os negócios. Daí surge uma pergunta crucial: como a formação de Conselheiros de alto impacto pode tornar as reuniões mais produtivas e que garantam a prosperidade das empresas a longo prazo?
E para que o tempo da diretoria seja de qualidade nos encontros com os Conselheiros, a McKinsey propõe que os gestores se preocupem em adotar novos modelos operacionais. Essa mudança pode aumentar a eficácia geral dos encontros para os líderes organizacionais. E, para que isso aconteça, recomenda-se uma mudança por parte dos Conselheiros para que suas decisões influenciem positivamente nas organizações. São cinco pontos listados pela Mckinsey:
Geralmente, a equipe de gerenciamento entrega aos seus diretores uma série de materiais, os famosos relatórios, antes da reunião do Conselho. Em grande parte das atribuições, os Conselheiros também podem solicitar informações para que possam tomar decisões mais assertivas acerca de determinados assuntos. Pesquisas demonstram que em comparação com outros Conselhos, 63% dos Conselheiros considerados de alto impacto, procuram dados relevantes, além daqueles fornecidos pela diretoria.
Tal postura contribui também com o impacto das diretorias, que se aproximam dos Conselhos em relação ao contexto geral e questões específicas. Essa atitude interfere ainda no trabalho dos gestores, que sinalizam para a equipe o envolvimento das diretorias e todos se dispõem a contribuir ao máximo. A mudança provoca um efeito bastante positivo: os Conselheiros que esmiúçam pormenores da empresa estão mais preparados para participar ativamente das discussões e reavaliar as ações da equipe de forma mais crítica e construtiva.
No começo do mandato de um novo membro, a aprendizagem pode ser mais lenta. Ele precisa se inteirar sobre a estratégia, a cultura, as formas gerais de trabalho de uma empresa e, inclusive, sobre como o próprio conselho atua. Daí a importância dos processos de onboarding completos, que contribuem para que os Conselheiros se atualizem rapidamente e sejam capazes de fazer contribuições relevantes e condizentes com as necessidades da diretoria.
Na maioria dos casos, os Conselhos realizam uma reunião anual para avaliação de desempenho. Poucos se preocupam em realizar avaliações regulares e formais, individuais ou coletivas. As métricas de desempenho do Conselho são variáveis e dependem de vários fatores: a liderança do presidente; a composição do órgão; e o ciclo de vida e econômico da empresa.
A pesquisa da McKinsey aponta que os Conselhos de maior impacto são predispostos a analisar regularmente seu desempenho e promovem mais avaliações formais desde 2019.
Na visão da Mckinsey, é melhor que os Conselhos realizem uma avaliação mais aprofundada do desempenho geral da equipe pelo menos uma vez por ano e com a inclusão de entrevistas com todos os diretores. Além disso, essa ação deve ser reforçada com sessões regulares de feedback após cada reunião.
Os diretores independentes devem se envolver em temas de debates do Conselho entre si. Isso aumenta a responsabilidade do Conselho e da organização, como um todo. Na mesma proporção que ocorrem os encontros entre os Conselheiros, os diretores independentes devem se reunir a sós - sem executivos da empresa na sala - para discutir com franqueza alguns assuntos que teriam uma abordagem mais difícil, como o bem-estar do CEO. Os diálogos particulares evitam tensões.
Os encontros entre os Conselheiros podem ser estressantes, sobretudo se a organização estiver passando por um momento de mal desempenho. São muitos pontos críticos discutidos pelo Conselho, como a admissão ou demissão de um CEO, como acalmar os ânimos de acionistas que não estão satisfeitos, entre outras questões delicadas. Além disso, a própria natureza das atribuições dos Conselhos é complexa e exige a tomada de decisões em um tempo limitado. É neste sentido que a presidência do Conselho possui um papel importante para tornar os encontros mais produtivos. Cabe a ele criar uma agenda equilibrada para cada reunião e elencar temas fiduciários e estratégicos. O presidente deve ainda estimular a diretoria a expressar suas opiniões e resumir os principais fatos para que eles sirvam como base para a tomada de decisões.
A Fundação Dom Cabral (FDC) e a JValério Gestão e Desenvolvimento reconhecem a complexidade do trabalho de um Conselho em tempos voláteis. Cenários incertos provocam mudanças abruptas e constantes e cabe às empresas se adaptarem com agilidade a todas elas para manterem a produtividade e a competitividade.
E é no ajuste de todas essas dificuldades que um Conselho de alto impacto deve atuar para que a organização tome decisões acertadas a curto prazo, sem esquecer de traçar estratégias para avançar a longo prazo.
Debater a governança, engajar os colaboradores e a cadeia de valor do sistema, além de criar uma agenda de inovação, são temas que devem estar no radar dos Conselheiros da atualidade. E para ajudá-los a aprofundar seus conhecimentos para que possam, efetivamente, ajudar a mudar a realidade das organizações, a FDC e a JValério oferecem o PDC - Programa de Desenvolvimento de Conselheiros.
O programa atua na formação de Conselheiro para a função e promove a compreensão sobre as responsabilidades do cargo. Proporciona também a reflexão profunda e desenvolvimento de uma base sólida de fundamentos, sem perder a articulação com a aplicação prática. A metodologia utilizada será a do Board Case: simulação prática e instigante das etapas de preparação e execução de uma reunião do Conselho de Administração. Outro diferencial do programa é a certificação para Conselheiro.
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