O desenvolvimento de acionistas e o processo de sucessão desviam a organização dos interesses pessoais dos fundadores ou herdeiros e fazem parte Governança Corporativa
As empresas familiares são aquelas comandadas por um membro da própria família. Quando são longevas temos pessoas de diversas gerações e que respondem pela tomada de decisões. Daí a necessidade de profissionalizar a gestão das famílias empresárias e investir em boas práticas de Governança Corporativa. A intenção é a melhor: minimizar conflitos e manter o clima de paz e união nas reuniões familiares e nos negócios!
Na opinião de Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento, a Governança Corporativa garante à família e aos acionistas que aquela organização irá sobreviver mesmo quando houver um processo sucessório e herdeiros ou profissionais encontrados no mercado passem a controlar a empresa. “A Governança olha e preserva as relações familiares e o alinhamento da família em relação ao negócio. Os valores, a cultura organizacional e o propósito são questões que devem ser bem coordenadas e são atributos da Governança”, aponta.
Quando falamos em Governança Corporativa em famílias empresárias, não podemos perder de vista três subsistemas, que estão interligados: a família, a propriedade e a empresa. Esses três pontos de contato exigem que, nas empresas familiares, além da adoção de uma política de Governança Corporativa, haja também uma estrutura de Governança Familiar, que será composta por:
A divergência de ideias e interesses é praticamente inevitável no ambiente corporativo. E, quando se trata de empresas familiares, a administração de conflitos se torna ainda mais delicada porque é comum haver mais informalidade nas relações, mesmo no ambiente de trabalho. Nem sempre é fácil separar o lado pessoal do profissional.
Os conflitos são, inclusive, um dos principais fatores que levam um negócio à ruína. Uma pesquisa da PwC aponta que, no mundo todo, apenas 12% das empresas familiares chegam à terceira geração. No Brasil, país em que 90% das empresas são familiares, apenas 30% chegam à segunda geração e somente 5% chegam à terceira.
Uma forma de minimizar os conflitos é a definição clara do que a família deseja para o futuro da empresa e esses interesses devem nortear as práticas de gestão. “A Governança Corporativa de uma empresa familiar possui peculiaridades e uma delas é uma maior clareza em relação a divisão de responsabilidades e os papéis que os membros da família ocupam na organização. Tudo isso precisa ser bem definido e documentado, para evitar algum mal entendido”, recomenda Clodoaldo Oliveira.
E um dos desafios da Governança Corporativa nas famílias empresárias é o processo sucessório. “Principalmente quando chega a hora dos filhos dos sócios assumirem o negócio, a sucessão pode se transformar num problema. Para evitá-lo, a transição familiar precisa estar em pauta e ser pré-definida. Quanto antes começar, melhor. A sucessão, inclusive, precisa constar no estatuto e no contrato social e os fundadores devem orientá-la. O diálogo deve estar presente em todo o trajeto para contornar os conflitos já existentes e aqueles que podem surgir no futuro”, afirma o diretor executivo da JValério.
A criação de um Conselho Administrativo na empresa familiar deve ser encarada como uma forma de profissionalizar o negócio e implementar boas práticas, que é o cerne da Governança Corporativa.
“A criação do Conselho é uma forma de descentralizar a tomada de decisões e evitar conflitos. Numa decisão colegiada, o membro da família, o fundador ou os sócios não têm a palavra final e não podem agir conforme seus interesses pessoais. É preciso criar essa cultura na empresa para que as diretrizes sejam seguidas em prol do negócio e não dos familiares”, salienta Clodoaldo.
Governança é sinônimo de longevidade e é um dos temas mais importantes para investidores numa eventual oferta pública inicial de ações (IPO). Principalmente nas empresas familiares, a Governança traz transparência e clareza na tomada de decisões e garante a autonomia do negócio em relação à figura do fundador. As boas práticas permitem que a empresa tenha uma continuidade independente da presença do fundador, que vai sair de cena naturalmente num processo de sucessão.
Pensando na melhoria e propagação das empresas familiares, a JValério, associada à FDC, oferece o PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas e da Família Empresária. O PDA trata da formação e preparação de sucessores, do conflito de transição entre gerações, dos acordos societários e da pulverização do patrimônio.
O objetivo do PDA é contribuir para o desenvolvimento de empresas familiares, auxiliando seus membros na criação de um ambiente favorável à discussão e à construção de uma gestão robusta e profissionalizada, garantindo a longevidade do negócio e preservando as relações familiares.