Médias empresas brasileiras crescem em margens de lucratividade em 2021

24/01/2022
Médias empresas brasileiras crescem em margens de lucratividade em 2021 | JValério

Para 2022, especialista afirma que o fluxo de caixa e o ciclo financeiro devem entrar no planejamento de médias empresas; investir em inovação é mais um caminho para crescer com sustentabilidade

Mesmo com queda das receitas em 2020, as margens de lucratividade das empresas cresceram. A boa notícia é fruto de um levantamento realizado pelo Centro de Estudos de Médias Empresas da Fundação Dom Cabral — FDC Médias Empresas, em parceria com a Atlas.

Participaram do estudo empresas inscritas no Paex — Parceiros para a Excelência, uma das soluções da FDC para negócios de médio porte. O estudo foi concebido e desenvolvido a partir de uma visão ampliada e estendida da economia brasileira e mundial, levando em conta os impactos da covid-19 no ambiente de negócios, tendo as médias empresas como foco.

Numa análise geral, o levantamento aponta que a receita líquida das 97 empresas analisadas caiu, em média, 4,42% no biênio 2019-2020. Mas, apesar do revés, elas conseguiram sustentar ou crescer suas margens de lucratividade e todos os setores tiveram crescimento de margens bruta, Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e líquida.

Capacidade de se adaptar

Na visão do professor associado de Finanças da FDC, Eduardo Menicucci, foi a adaptabilidade a cenários adversos que permitiu que as organizações de médio porte conseguissem atingir margens maiores, mesmo com o faturamento mais baixo. “Mesmo com medidas de isolamento social, o segmento conseguiu atingir uma plataforma importante para a retomada econômica do país. Isso demonstra que os gestores destas empresas fizeram o dever de casa para uma boa gestão”, avalia Menicucci.

Ele acrescenta ainda que medidas como a desocupação de imóveis alugados, atrelada ao reajuste de preços podem ter contribuído para os resultados satisfatórios. Além disso, o ajuste rápido dos prazos operacionais reduziu o ciclo financeiro - tempo médio entre a aquisição de um produto até o recebimento da venda ao cliente - em, aproximadamente, oito dias, de 88,84 em 2019 para 80,65 em 2020. 

Manutenção do emprego

O levantamento também informa que, apesar das dificuldades enfrentadas pela gestão financeira dos negócios na pandemia, praticamente não houve redução da quantidade média de empregados nas empresas participantes do estudo. Em valores absolutos, foram dois colaboradores, o que representou uma quase estabilidade de 1,72%. “A manutenção do emprego formal nos chamou a atenção durante a crise. O maior impacto que percebemos foi no emprego informal. O setor de Serviços foi o maior prejudicado”, destaca o professor Eduardo Menicucci. 

Impactos na indústria, no comércio e nos serviços

A indústria teve a menor queda de faturamento na receita bruta (-2,13%) e o maior crescimento no lucro líquido (184,77%). No quesito empregabilidade, manteve-se praticamente no mesmo patamar (0,66%).

As receitas do comércio foram afetadas de forma intermediária com queda de 3,99% em sua receita bruta. Por outro lado, foi o setor que mais efetuou contratações, com 19,95% de crescimento em comparação à 2019.

O setor de serviços foi o mais prejudicado no que diz respeito às receitas – a bruta, por exemplo, apresentou queda de 18,54%. Também foi o setor que teve a maior dedução de mão-de-obra (decréscimo de18,67%).

Como reagir em 2022?

O estudo ainda avaliou quais os fatores que devem entrar na pauta dos gestores das médias empresas para que sejam mais assertivos na tomada de decisões no ano que está iniciando.

Conforme o professor associado da área de Estratégia da FDC Gilmar de Melo Mendes, o aumento das taxas de juros terá impacto sobre o consumo e sobre o custo de financiamentos para as empresas. O índice chegou ao menor patamar histórico ao longo da crise e a previsão é de alcance dois dígitos em 2022. Para lidar com essa situação, os executivos e empresários precisam ficar atentos a boa gestão de caixa e do ciclo financeiro, além de optar por bons projetos de expansão.

A inflação será o grande tema na área econômica não só no Brasil, mas em todo o mundo em 2022. “O fenômeno inflacionário que estamos acompanhando é fruto de um movimento global, gerado por uma combinação de fatores, muitos deles não recorrentes. Da mesma forma ocorre no Brasil com o agravante do aumento de preços dos alimentos e do custo de energia ocasionado pela falta de chuvas”, analisa Mendes.

Para ele, mais do que cautela, os gestores devem colocar em prática conta todos os aprendizados acumulados durante a pandemia e incorporá-los às estratégias. Todos os conhecimentos gerados pela crise podem trazer agilidade na tomada de decisões, adaptabilidade e atenção à gestão de recursos.

Jornada de transformação

As empresas que quiserem aprimorar a gestão e dar um salto no crescimento podem contar com o suporte do PAEX, oferecido pela FDC e JValério Gestão e Desenvolvimento. Mais de 500 empresas participam do programa, voltado para empresas de médio porte e que desejam adotar um modelo robusto de gestão e formar gestores de alta performance. O objetivo é elevar os resultados a curto, médio e longos prazos e alavancar o crescimento sustentável das organizações.

O diagnóstico é o pontapé inicial para uma jornada de transformação. O modelo é híbrido e facilita o aprendizado em rede, ampliando a visão estratégica de todo o time de alto escalão.

O curso é personalizado de acordo com a realidade de cada organização. A programação do PAEX inclui um canvas de modelagem de negócios que aborda o propósito e o impacto social da organização; um mapa estratégico que traz na perspectiva de resultados, não apenas objetivos financeiros, mas também econômicos, sociais e ambientais.

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