Gestão na saúde: IA começa a influenciar novos rumos da medicina

17/06/2021
Gestão na saúde: IA começa a influenciar novos rumos da medicina | JValério

Tecnologia digital fará transformação na relação entre médico e paciente, ampliando a qualidade dos serviços e humanizando diagnósticos e tratamentos

Na área da saúde, o uso da Inteligência Artificial (IA) ainda promete muitos avanços. Isso ocorre porque o campo de atuação conhecido atualmente é restrito.

O que se sabe é que a tecnologia tem potencial para provocar uma revolução, por exemplo, na relação entre médico e paciente, formas inovadoras de cirurgia e prescrição de medicamentos.

O grande desafio da inovação digital é realizar uma transformação que possa contribuir para uma medicina mais precisa, evitando diagnósticos baseados em práticas que o próprio setor já considera obsoletos.

A IA reúne potencial quase infinito para ajudar a dar um salto não apenas quantitativo, mas de qualidade na prestação de serviços de saúde.

Mas é preciso ressaltar: o que se pretende não é substituir o médico por algum “robô” alimentado à base de algoritmos para classificar qual é o problema que o paciente está sentido e o melhor tratamento disponível.

IA aproxima relação médico-paciente

Como um novo instrumento de trabalho, a IA vai além do senso comum: ela vai auxiliar o profissional da medicina a atuar em cada caso com toda a complexidade que é capaz de reunir. Na prática, o que se quer é evitar o trabalho de piloto automático do próprio médico, garantindo um estreitamento de laços mais humano com os pacientes.

Essa expectativa em relação à tecnologia já está sendo debatida nos círculos especializados de saúde: a medicina caminha cada vez mais para atuar na prevenção, na promoção da saúde, e não mais com foco na doença, abrindo chances reais de interação contínua, ampliando a noção de consultório, entre as partes.

A telemedicina, impulsionada com a chegada da Covid-19 e suas questões de distanciamento social, é uma demonstração clara de que esse processo de mudança já está acontecendo, a passos largos.

Desafios a serem superados

No entanto, as situações são mais complexas do que parecem e esse contato que pode ser feito de casa ainda não é suficiente para responder aos muitos desafios que se apresentam.

Médicos se defrontam com a difícil tarefa de identificar doenças raras, muitas delas semelhantes a moléstias comuns, obrigando-os a agir com base na intuição (desenvolvida com as experiências práticas) e de forma quase automática, padronizada.

Esse comportamento, vale frisar, não é só da medicina, mas algo associado ao ser humano: a pessoa não consegue lidar com várias variáveis e situações ocorrendo ao mesmo tempo, levando a simplificação de processos de identificação e classificação.

Pode-se colocar como exemplo a classificação de linfomas em estágios iniciais, já que eles se correlacionam com probabilidades de cura. Os estágios são registrados conforme características simples envolvendo o grau de dispersão pelo corpo e quais os órgãos afetados.

Porém, especialistas alertam que essa avaliação não considera outras situações a serem detectadas e avaliadas, com auxílio da IA, para ampliar a precisão do diagnóstico.

Ferramentas de IA disponíveis

A boa notícia é que já existem plataformas digitais que auxiliam na avaliação de pacientes (Medscape Consult e Human DX, por exemplo). Outros projetos de IA oferecem a oportunidade para médicos atuarem em conjunto com a finalidade de outros colegas, pesquisadores e pacientes chegarem a um denominador comum na hora de fundamentar um diagnóstico.

Um setor médico em que a IA reúne condições de exercer importante atuação se concentra na identificação de padrões, prestando auxílio a radiologistas, dermatologistas e profissionais ligados a patologias. No caso da radiologia, é possível reconhecer padrões em imagens de raio-x, por exemplo, com ajuda da IA.

Esse novo apoio pode tornar o trabalho do profissional mais próximo do paciente, já que abre espaço para não apenas identificar a imagem (o que a IA já fez), mas ampliar a compreensão dessa mesma imagem com a pessoa que está em tratamento. É essa outra forma de evitar o chamado piloto automático para lidar com o caso do paciente em questão, proporcionando mais empatia entre o médico e ele.

Com dermatologistas e patologistas, segue-se o mesmo ritmo de alteração na forma de trabalho, tendo mais contato com os pacientes, não se restringindo a registrar diagnósticos. A IA poderá inclusive, devido às possibilidades de aprofundar o nível de informação a respeito de um simples exame, estreitar laços entre diferentes especialidades, gerando sinergia completa entre esses profissionais.

Mudanças

A tecnologia, apesar do seu potencial, não vai substituir o médico, mas irá causar mudanças profundas nas regras e regulamentações. Esse talvez seja um dos principais desafios, pois pode encontrar resistências (muitas delas compreensíveis).

Mas diante do que já se sabe, a IA pode proporcionar uma profunda reviravolta (para o bem) na área médica. O fator tempo pode se voltar a favor do profissional, eliminando tarefas que as ferramentas digitais já vão realizar. Sensores via smartphones podem ajudar a monitorar pacientes, antecipando os resultados que só deveriam ser levados ao conhecimento na próxima consulta.

Com a troca constante de informações pelos algoritmos e aplicativos, a própria consulta deverá ser evada à condição de exceção, não mais de rotina.

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS DA SAÚDE

Mas como ter acesso a essa gama de informações que apontam as tendências do futuro no campo da medicina? Escolas de negócios, gestão e treinamento de executivos podem ser uma boa referência para conhecer esse novo universo que, aos poucos, toma conta da medicina.

O Programa de Pós-Graduação em Gestão de Negócios da Saúde formulado pela Fundação Dom Cabral, em parceria com a JValério Gestão e Planejamento, reúne toda uma expertise atualizada para ajudar profissionais da área de saúde a se sintonizar com as influências da IA em seu setor de atuação.

O curso foi desenhado para usar as melhores ferramentas de gestão contemporânea, levando ao desenvolvimento de pensamento criativo para achar soluções e identificar novas oportunidades. Este curso é embasado em conceitos de Governança, Compliance, Planejamento Corporativo e Assistencial, Segurança e Experiência do Paciente.

O público-alvo são profissionais que atuam na área da saúde (médicos, enfermeiros, gestores e profissionais hospitalares e de outras organizações da área da saúde), além daqueles que se envolvem diretamente na área da saúde e, consequentemente, precisam entender da sua gestão (representantes de equipamentos para a saúde, medicamentos, dentre outros).

Ao realizar a Pós em Gestão de Negócios da Saúde, será também possível estabelecer uma rede de contato com profissionais de outras áreas.

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