Líderes em ação para driblar mudanças no cenário econômico

26/05/2021
Líderes em ação para driblar mudanças no cenário econômico | JValério

Nas companhias onde a cultura da liderança é incentivada, a resposta à crise teve resultados melhores, aponta pesquisa com médias empresas brasileiras.

Considerar que o ano de 2020 foi atípico talvez não seja suficiente para dimensioná-lo de forma correta. Desde os afazeres domésticos até como era a relação com o trabalho, tudo convergiu para diferentes e profundas transformações.

No mundo corporativo, situações como expediente remoto, inovação digital, relacionamento com equipes e clientes, entre outros exemplos, tiveram de sofrer adaptações bruscas.

“O que era visto para ocorrer, dependendo do comportamento do mercado, em questão de meses ou anos, foi acelerado no prazo de semanas. Esse cenário tempestuoso apanhou de surpresa líderes empresariais e executivos em posições chave”, afirma Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Planejamento.

Dificuldades

Lidar com várias mudanças ao mesmo tempo testou os limites de todos. Do ponto de vista do espaço e do tempo para se adequar às transformações, foi aceitável que a liderança executiva, responsável pela tomada de decisões se visse em dificuldades para verificar os caminhos mais urgentes de governança, com vistas à continuidade dos negócios.

O que se pode tirar desta experiência, ainda em andamento, é que várias das situações descritas (o que representa uma boa notícia) já estavam fazendo parte das discussões e ações no mundo corporativo.

Ou seja, empresas que desenvolveram a cultura de líderes abertos ao diálogo franco com suas equipes, capacidade de absorver inovações, principalmente as tecnológicas, além de estabelecer essa filosofia de trabalho em contato direto com clientes e fornecedores, tiveram chances reais de enfrentar com maior resiliência às alterações econômicas e sociais trazidas com a pandemia da Covid-19.

Mudanças contínuas

Mesmo antes da chegada Novo Coronavírus no setor produtivo, o que se percebe é que já estávamos numa espécie de era de mudanças contínuas, feitas pelos frequentes fenômenos climáticos e instabilidades econômicas e políticas de escala global.

“É preciso lembrar que isso vem ocorrendo com uma frequência cada vez maior nos últimos 20 anos. E parte das empresas e as consultorias especializadas já têm ferramentas para encarar essa espécie de disrupção contínua do cotidiano”, ressalta Oliveira.

De acordo com o diretor executivo da JValério, caberá a partir de agora que líderes empresariais e executivos desenvolvam de forma profunda a sensibilidade para captar essa contínua alteração de realidades, que tanto vem obrigando a adequações quase semanais, senão diárias.

Mais entendimento, maior poder para reagir

Quem tiver consciência de que as mudanças vieram para ficar, terá maior poder de reação. A saber: as transformações passaram a acontecer de forma contínua, estão cada vez mais aceleradas e envolvem sempre diferentes setores da sociedade ao mesmo tempo. Quem se perguntar a partir de agora `Como se tornar um bom líder executivo´ terá de reconhecer que esse será uma espécie de `novo normal´ no mundo dos negócios.

“Por isso, as lideranças foram um fator decisivo para a sobrevivência das empresas. A imprevisibilidade e um conjunto de incertezas, visto como uma tempestade perfeita para o ambiente de negócios, fez aflorar nas organizações o protagonismo dos acionistas, presidentes e executivos, obrigados a apontar novos caminhos por meio de visão estratégica e sistêmica dos seus negócios”, destaca Oliveira.

A Fundação Dom Cabral (FDC) realizou pesquisa com médias empresas brasileiras de diferentes regiões e de vários setores para jogar luz na maneira como as organizações estão encarando os efeitos da pandemia nos negócios. Foram ouvidas quase 500 companhias entre os meses de novembro de 2020 e fevereiro deste ano.

Propósito

Algumas constatações mostram como o fator líder é essencial para a empresa manter suas atividades em realidade tão distinta como agora. O levantamento descobriu que “empresas em que emergiram líderes com propósito se saíram melhores que empresas com demais lideranças, quando comparadas às concorrentes”.

Alinhar o propósito às visões de curto e longo prazos se transformou em um grande desafio para as médias empresas, alerta a pesquisa de percepção de mercado. “Nesse contexto, clareza sobre objetivos estratégicos e segurança para a tomada de decisões sobre novos modelos de negócio, busca pela eficiência e relacionamento com as equipes e o mercado se mostraram essenciais para a sobrevivência do negócio”, destaca Oliveira, da JValério.

Resiliência e avanços

As competências de líderes empresariais para responder às consequências da pandemia fizeram a diferença, segundo a pesquisa. Ela apontou que 53% das médias empresas alvos da consulta ou não sofreram os efeitos da crise ou constataram ter sido impactadas positivamente. Trata-se de um exemplo robusto de resiliência do segmento. E mais: para 63% das empresas, elas sairão da crise melhor do que a concorrência.

Quem já havia investido em planejamento pôde verificar como essa estratégia ajudou no enfrentamento da pandemia. O exemplo dado foi do PAEX, o Parceiros para Excelência, um projeto da FDC e da JValério, que há 25 anos esmiuça as qualidades, limitações e potencialidades das empresas em busca de novos mercados e transformações profundas na maneira de agir de executivos e suas equipes.

A pesquisa de percepção apontou que 69% das empresas que participam do PAEX “consideram ter se saído melhores na crise que seus concorrentes, contra 59% das empresas que não fazem parte do programa”.

Cultura nas lideranças

Mas quais as razões que explicam por que algumas empresas se saíram melhor do que outras? Para 56% dos entrevistados, as habilidades de liderança e capacidade de comunicação com os colaboradores foram essenciais. A motivação dos colaboradores veio logo depois, com 50% das respostas. Em 40% das entrevistas, os representantes das médias empresas falaram que a capacidade de inovar e o trabalho remoto (aspectos que envolvem a cultura digital na atividade corporativa e a contenção de custos) ajudou de maneira estratégica a empresa a encarar melhor a crise.

Essa gama de números e índices sobre o comportamento das médias empresas frente à crise da Covid-19 fez emergir novas prioridades para o período pós-pandemia. Três delas foram elencadas na pesquisa:

1ª. Prioridade: Apostar no crescimento, aumentar a produtividade e desenvolver colaboradores e líderes.

2ª. Prioridade: Alcançar novo patamar de vendas e focar em inovação.

3ª. Prioridade: Investir em novas tecnologias/ transformação digital.

 

“Quem tiver a percepção de introduzi-las no dia a dia dos seus negócios poderá consolidar novos métodos de governança e, com isso, reunir mais chance de conquistar novos mercados e garantir metas de crescimento. Lembremos que estamos numa era de grandes mudanças, e liderar bem em tempos tão disruptivos, fará a diferença, sempre para melhor em quesitos como planejamento e garantia de resultados”, afirma Clodoaldo Oliveira.

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER