Gestão de empresas: Esqueça as ideias, faça experiências
12/05/2015
Em 1999, a Blockbuster ouvia queixas incessantes dos clientes sobre as taxas cobradas no atraso da devolução dos DVDs alugados. Especialistas de diversas áreas dos negócios foram chamados para tentar solucionar o problema. Um deles foi Michael Schrage, pesquisador do MIT Media Lab. A proposta de Schrage – um experimento simples em dez lojas, que poderia ser replicado no resto da rede: o rastreio de clientes que mais atrasavam na devolução dos filmes, e lembrá-los gentilmente quando atrasassem novamente – foi recebida com escárnio pelos executivos da empresa.
A Blockbuster, que pediu concordata em 2010, estava então em busca da “grande ideia salvadora” (e também, embora não admitisse, de uma fórmula mágica que mantivesse sorrateiramente a receita auferida com as multas, geradora de 20% do seu lucro antes dos impostos).
Quinze anos depois, a mentalidade Blockbuster ainda impera nas empresas, diz Schrage. Esforça-se muito em gerar boas ideias, mas isso não é produtivo. Mais vale uma série de experimentos baratos do que boas ideias, diz Schrage. “Organizações que encorajam e celebram a geração de ideias têm resultados medíocres em inovação”, diz ele em seu novo livro, The Innovator’s Hypothesis: How Cheap Experiments Are Worth More than Good Ideas (“A hipótese do inovador: Como experimentos baratos valem mais do que boas ideias”).
A primeira virtude do experimento é que ele descarta sumariamente as sedutoras ideias “geniais”, que se revelam impraticáveis. “A adoção de experimentos gera uma atitude completamente diferente na empresa do que a da geração de boas ideias”, diz Schrage. O rigor e a objetividade nas discussões internas são maiores. E o hype, menor. “Não tem mais aquele momento ‘A-ha!’”, diz ele.
Os melhores experimentos nascem da pressão. Num método criado por Schrage, batizado de 5x5, cinco equipes, compostas de cinco profissionais, têm cinco dias para elaborar cinco experimentos que não podem custar mais do que ¤ 5 mil e levar mais do que cinco semanas para ser postos em prática, e que representem uma possibilidade de crescimento de ¤ 5 milhões à empresa. O 5x5 tem sido testado desde 2009 em diversas companhias de TI nos Estados Unidos e na Rússia, numa iniciativa conjunta da Sloan School of Management, do MIT, e da Moscow School of Management.
“Nas empresas, sem exceção, em pelo menos quatro dos cinco experimentos, os diretores da empresa se empertigam incrédulos: ‘A gente pode mesmo fazer isso. Uau!’”, diz Schrage.
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Fonte: Época Negócios
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