Sonia Rossi, gerente de desenvolvimento humano da Gazin, participou do PAEX e sua trajetória profissional é uma inspiração para profissionais de todas as gerações
É inegável o poder transformador das mulheres na sociedade nos últimos séculos. A princípio, eram educadas para chefiar o lar. A presença delas na escola era minoritária e muito tímida no mercado de trabalho no período da Revolução Industrial. Elas serviam de mão de obra barata nos chãos de fábrica mundo afora e foi nesse momento da nossa história que iniciaram os problemas de desigualdades de gêneros, que persistem – em menor escala - até hoje.
O rumo dos acontecimentos começou a mudar no período das duas grandes guerras. Enquanto os homens serviam como soldados no exército, as mulheres adentravam em outro campo de batalha: agora deveriam se tornar arrimo de família, mas sem deixar de lado todas as funções que já ocupavam dentro dos muros de casa. E foi assim que elas começaram a assumir os negócios da família e a conquistar posições no universo corporativo, antes exclusivo para os homens.
No capítulo reservado às mulheres na economia contemporânea, nos deparamos com muitas histórias de profissionais inspiradoras, que conseguiram mudar para melhor o ambiente de negócios. Essas mudanças extrapolam a fronteira das empresas e entram na intimidade do lar. Elas contribuíram com o aumento da renda, trouxeram uma condição financeira melhor para as famílias e passaram a estimular a educação dos filhos.
Pelo conjunto da obra, podemos afirmar que participação das mulheres no mercado de trabalho é uma forma de tornar o mundo melhor, já que atuam como agentes de mudança, influenciando, dentro e fora das organizações, o comportamento das futuras gerações.
E, neste Dia Internacional das Mulheres, comemorado em 8 de março, estreamos a série “Mulheres Transformadoras”. Durante todo esse mês, vamos compartilhar a história de empreendedoras e gestoras que fazem parte da trajetória da JValério Gestão e Desenvolvimento, e que servem de motivação para qualquer um de nós, que busca o desenvolvimento pessoal e profissional, independente do gênero. Nossa primeira personagem é a executiva Sonia Rossi.
Certamente você já ouviu a frase “atrás de um grande homem existe uma grande mulher”. Mas ao contar sua trajetória profissional, a gerente de desenvolvimento humano Sonia Rossi, da empresa paranaense Gazin, mostra que, no ditado popular também vale o inverso, o que demostra que o apoio familiar é importante na carreira de qualquer pessoa, independente do gênero.
A gestora começou sua carreira muito cedo, em Maringá, no interior do Paraná, e sempre contou com o estímulo do seu Pai, Mãe, Esposo Eduardo e filhos, que lhe deram asas para alçar voos maiores. “Os caminhos são árduos. E estou onde estou, graças ao apoio, incentivo de todos e muita dedicação. Acreditar que você é capaz é a base, masquem te rodeia também acreditar, faz você ir mais longe”, conta Sonia.
Quem tem a oportunidade de conversar com a gerente de desenvolvimento humano da Gazin percebe, à primeira vista, que ela é visionária. Antes de se dedicar ao intraempreendedorismo, abriu um negócio inovador, com a amiga de faculdade Cristina Fabri, uma consultoria empresarial em Maringá.
Se hoje a preocupação com clima organizacional faz parte das estratégias de Gestão de Pessoas, quando Sonia era uma psicóloga recém formada, esse conceito era algo inovador e as duas jovens apresentaram para o mercado a importância de conhecer os sentimentos, os desejos e os pensamentos dos colaboradores de uma organização, como forma de aumentar a produtividade e a felicidade das pessoas.
Além de analisarem o clima organizacional, ofereciam serviços como treinamento e recrutamento. “Fomos pioneiras, desbravadoras desse tipo de consultoria, que é tão importante para a gestão. Convencemos as empresas de que nossos serviços, intangíveis, eram fundamentais. Tivemos clientes importantes, como a Purina e a Embratel. Mas, mesmo assim, contávamos com o apoio dos pais, porque a empresa ainda não trazia o retorno financeiro esperado. Diante de alguns problemas pessoais, que impactariam na questão financeira, vendemos a empresa, que prosperou e existe até hoje”, relembra Sonia.
Ela havia se casado e, com a chegada da cegonha, precisava buscar novos horizontes para ampliar o orçamento familiar e prosseguir na carreira. Rezava e pedia a intervenção divina para que encontrasse uma oportunidade no mercado de trabalho para se recolocar, em condições compatíveis com seu momento de vida e necessidades. Até que surgiu um concurso para professor no curso de Psicologia para lecionar na Universidade Estadual de Maringá (UEM). “A carreira acadêmica era um caminho e o edital se encaixava com meu currículo”, relata Sonia.
Colocada em primeiro lugar, a executiva iniciou sua trajetória na sala de aula, onde ficou por 19 anos. Mas logo que se estabilizou como professora, sentiu falta de exercer, na prática, o trabalho de consultora, de entender as necessidades das empresas na gestão das pessoas, do mundo dos diagnósticos, dos processos e dos relatórios. Inquieta por natureza, entrou em contato com antigos clientes, ingressou no Sebrae/PR como consultora e conciliou, por muitos anos, a vida acadêmica e a atuação como profissional liberal no segmento de gestão de pessoas.
Na caminhada como consultora, Sonia foi contratada para ministrar um treinamento na Gazin. Foi nesse momento que conheceu o senhor Mário, um dos fundadores da empresa, que ficou encantado com a experiência dela na área de recursos humanos e disse para outra colaboradora: “se um dia ficar sem psicóloga, vou contratar essa professora para trabalhar conosco. Ela é muito competente e trabalha de domingo a domingo”, disse o empresário.
Três anos mais tarde, Sonia foi convidada para ingressar no time da Gazin e hoje coordena, junto com a Gerente de Gestão de Pessoas, Viviane Thomaz, outra gestora notável, mais de 8 mil colaboradores. Ela atribui seu sucesso como executiva as boas parcerias, que fez ao longo da vida e da carreira. “A empresa me deu uma base sólida para a implementação de processos para contratação, seleção, Treinamento e Desenvolvimento, para a construção de uma proposta de valor que trouxe muitos ganhos para o clima organizacional da Gazin. Os resultados da empresa são fruto da participação efetiva do capital humano e a gestão de pessoas faz parte dessas conquistas”, depõe a executiva, que completou, recentemente, 17 anos de história na organização.
O sentimento de felicidade que Sonia incorporou à rotina dos colaboradores da Gazin também ocupa o coração de uma profissional realizada, sobretudo, por poder provocar tantas mudanças positivas na existência de quem tem o privilégio de estar a sua volta. “Transformar a vida das pessoas, proporcionar saúde mental, é algo que não tem salário que pague. Quando olho para minha trajetória, vejo que toda a minha dedicação às pessoas e que os sacrifícios impostos pelo trabalho, que fazem parte de qualquer carreira, valeram a pena”, afirma Sonia.
De fato, ela não precisa se arrepender das escolhas que nortearam sua vida pessoal e profissional. Como toda mulher que exerce um papel de liderança, a executiva enfrentou a dificuldade de equilibrar, na mesma balança, a família e a carreira: esse é o maior desafio, na opinião dela, na vida profissional das mulheres. “O caminho é organizar-se, construir uma estrutura, para dar conta, principalmente quando chegam os filhos. Nós, mulheres, precisamos nos apoiar dentro das empresas, incentivar umas às outras a encararem esse desafio, mostrar que somos capazes de ocupar os postos de liderança com competência. Precisamos olhar nos olhos e transmitir a mensagem e o exemplo de que somos capazes de conciliar os papeis de profissional, mãe, esposa e filha. O segredo é se posicionar, encarar com confiança e respeito aos seus valores e propósito e, em cada fase da vida, mostrar na prática nossa competência. Essas atitudes combinam com qualquer mulher, a vida inteira”, recomenda.
Sonia conseguiu encontrar a dose certa para ser uma profissional bem sucedida e genitora de um casal de filhos prósperos, que sempre souberem conviver, estudar e ter uma vida saudável, mesmo diante dos desconfortos, com a ausência física da mãe.
“Durante toda a vida, cada um de nós fez sua parte e, muitas vezes, meus filhos e meu esposo cumpriram o meu papel dentro de casa. Nessa trajetória, não há culpa ou culpados, apenas protagonistas, que tenho certeza de que fizeram seu melhor, com o que tinham e podiam. Não há lugar de vítima, porque aprenderam, com o exemplo dos pais, a dividir as reponsabilidades, tocar a vida com disciplina, quando estávamos ocupados. Todos esses desafios moldaram a eles e a nós como pessoas. Juntos, nos tornamos melhores. E meu maior legado é ter criado dois filhos conectados com seu propósito. Vou deixar duas joias valiosas para o mundo”, orgulha-se Sonia.
Quando perguntamos a ela qual a visão que tem de si mesma, a resposta é repleta de sabedoria e reflete o grande ser humano que é (o que certamente construiu com a construção de uma carreira de sucesso): “sou pessoa simples, que se diverte com a vida, que quer ser próspera. Sou mãe, filha e agora avó. Passei perrengues, como todo mundo, mas meu trabalho me mudou como pessoa, me valorizou. E de tudo que vivi nesses 37 anos de trajetória profissional, transformar vidas, ajudar os outros a serem felizes e mais saudáveis emocionalmente, é minha maior realização”, finaliza.
Hoje você conheceu a história de Sonia Rossi, que se formou em psicologia em 1984 e, por escolha e vocação, se tornou uma líder e gestora do Grupo Gazin, uma das maiores empresas do Brasil. São 300 lojas de varejo em diversos estados, além de cinco indústrias de colchões e estofados, uma indústria de molas e treze centros de distribuição de mercadorias.
Com mais 8.600 colaboradores, a Gazin é reconhecida, há vários anos consecutivos, como uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil, de acordo com o Instituto Great Place to Work.
Para nós, da JValério Gestão e Desenvolvimento, é um orgulho ter recebido uma executiva como a Sonia Rossi no PAEX – Parceiros para a Excelência. Ela é um exemplo de que a formação continuada é essencial para o crescimento pessoal e profissional. E, como diz o ditado, “aprender não ocupa espaço”.
Acompanhe nosso blog para conhecer a trajetória de outras mulheres transformadoras, que estão fazendo história e comprovando que elas merecem ser homenageadas diariamente, não só nesse dia 8 de março.