Os modelos podem ir do mais simples – onde baseiam-se na constituição de um fluxo de processos, visando o pagamento de uma despesa, folha de pagamento ou compra de insumos – até chegar a modelos mais avançados, onde a área financeira passa a ser um elemento fundamental para formulação e operacionalização do planejamento estratégico da empresa.
Os caminhos para aprimorar a gestão financeira passam, inicialmente, por um repensar a respeito do posicionamento da área.
É fundamental que o
empreendedor deixe de enxergar a área financeira como ponto final da gestão de processos e passe a enxergá-la como uma área que precisa estar próxima do negócio percebendo o que acontece da porta para fora, ou seja, junto a clientes, fornecedores, mercado financeiro, percebendo o momento econômico do pais e retroalimentando a empresa com os insumos colhidos.
Após esse repensar, o aprimoramento do modelo deve ser gradual e contínuo, porém, desde o primeiro passo nessa evolução, o gestor financeiro deve garantirao empreendedor alguns controles e informações e zelar pelas boas práticas de gestão de governança.
Controle do caixa
É fundamental que o empreendedor tenha plena ciência que a demonstração de resultados ou Lucros e Perdas não refletem a posição de caixa da empresa.
Partindo desse princípio, é imprescindível o controle cotidiano do fluxo de pagamentos e recebimentos, do valor do “contas a receber” em atraso por parte dos clientes, da política de crédito e consequente exposição ao risco.
Dentro desse contexto, a projeção de fluxo de caixa (mensal, semestral e anual) é a ferramenta mais importante para determinar a origem (interna ou externa) do capital necessário para colocar a operação e projetos no ar.
Gestão de custos
É muito comum o descontrole na gestão de custos em empresas onde o nível de crescimento é muito acentuado.
O descontrole é normalmente justificado pela dedicação extra dos recursos da área financeira para darem vazão aos processos, em função do aumento repentino e não estruturado de trabalho, oriundo do tal crescimento nas vendas.
Cabe ao empreendedor estar de olhos abertos para esse cenário e promover a criação de processos mais estruturados e políticas mais rígidas, de forma a minimizar esse descontrole.
Movimentos do mercado que impactem o negócio
Inflação. Câmbio. Juros. Emprego. Consumo. Endividamento. Cabe ao modelo de gestão financeira garantir não só o acompanhamento e monitoramento dos drivers do cenário macro e microeconômico, como também os estudos de impacto de tais drivers no negócio da empresa.
Atendimento às exigências legais e fiscais
Mais do que simplesmente atender as atuais exigências legais e fiscais dos complexos sistemas tributário e legal do país, o empreendedor tem que estar atento, para que seu modelo de gestão financeira tenha os controles suficientes para acompanhar as constantes mudanças em tais sistemas e a agilidade para ajustar a operação em função de tais mudanças.
Transparência
O empreendedor deve zelar para que seu sistema de gestão financeira tenha a capacidade de prover as informações necessárias para que todos os níveis organizacionais (da gerência aos sócios) da empresa tenham condições de cumprir seu papel e possam efetivamente acompanhar o desempenho e as perspectivas da empresa.
Fonte:
Exame.com - 27/04/2015