Lifelong learning: Entenda o conceito e nunca pare de aprender

22/12/2020
Lifelong learning: Entenda o conceito e nunca pare de aprender | JValério

Veja como o lifelong learning mantém a nossa capacidade de ser um eterno aprendiz

Terminar a graduação não é mais suficiente para acompanhar as mudanças no mercado de trabalho, seja do ponto de vista tecnológico ou administrativo. Mas o que fazer para acompanhar a velocidade de tantos processos? Nunca parar de aprender.

O termo lifelong learning significa “aprendizagem ao longo da vida” (em tradução livre) e também pode ser chamado de aprendizado continuado ou educação continuada. Nada mais é do que não deixar de aprender mesmo fora de um ambiente acadêmico, pois os nossos aprendizados não terminam junto com um diploma nem estão atrelados a ele exclusivamente.

Segundo o professor de estratégia da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente, o aprendizado acontece de diferentes formas, além do ensino superior. Cursos de extensão, cursos mais curtos, ciclo de palestras, seminários e lives são igualmente fontes de conhecimento.

“Nos últimos 10 anos, com a revolução tecnológica, as pessoas estão tentando entender as novas tecnologias e como isso acarreta em novos modelos de negócios. As pessoas passam a repensar a vida profissional”,  explica o professor.

Vicente aponta para um dado importante: o aumento da longevidade. As pessoas não se aposentam tão cedo como antigamente e isso influencia diretamente no interesse em sempre se reciclar e buscar entender os novos tempos para se manter ativo no mercado de trabalho.

Vicente avalia o conceito de lifeLong learning como um estado mental em que o aprendizado não se resume a um local físico. “O conceito envolve mais do que estar com a presença física numa sala de aula. É um estado mental de estar se desenvolvendo o tempo inteiro. É a lógica do mindset: eu quero aprender o tempo inteiro. Um curso é um pedaço dessa história”, explica.

A aplicação do conceito de lifelong learning acarretará em pelo menos dois benefícios aos trabalhadores, de acordo com o professor: a redução do risco de desemprego e o aumento da  rentabilidade.  No caso das empresas, ele complementa:. “A empresa também reduz o seus riscos com isso, ou seja, o risco de defasagem tecnológica, de ineficiência, e consequentemente, tem maior probabilidade de melhorar a sua performance no mercado”, diz.

Lives e home office

O isolamento social imposto para combater a Covid-19 abriu espaço para priorizar aquele curso que foi adiado ou aquela live que começaria na hora do rush. As pessoas começaram a avaliar as novas possibilidades de aprendizagem impostas por uma pandemia mundial, uma nova forma de ver o mundo.

Ao mesmo tempo, o mundo corporativo precisou reavaliar suas crenças sobre algo ainda temido por alguns empresários: os colaboradores usarem suas casas como extensão do trabalho; conhecido como home office ou teletrabalho.

Um estudo elaborado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), em abril deste ano, mostrou que o trabalho em casa foi estratégia adotada por 46% das empresas durante a pandemia.

A pesquisa  aponta que o teletrabalho superou as expectativas e 44% afirmam que o resultado ficou dentro do esperado. Ou seja, a equipe não perdeu seu rendimento longe das paredes empresariais.

Como aplicar o lifelong learning?

Segundo o professor Paulo Vicente, o primeiro passo começa com um pergunta: O que você quer ser no futuro?

“Questione qual é a sua programação de carreira, se vai continuar na mesma área ou migrar”, avalia Vicente.

A partir das respostas, o professor recomenda um planejamento dos próximos passos para alcançar as metas e reforça que o impulso de entrar em um curso nem sempre é eficaz. “Fazer um curso sem objetivo não vai adiantar, você precisa ter uma direção”, afirma.

Fazer escolhas que agregam ao objetivo a ser atingido são fundamentais. Por exemplo: para um técnico  conquistar a vaga de gerente, ele precisa de um curso de gestão. Essa é a lógica proposta por Vicente.

Filmes, livros e conversas produtivas deixaram de ser passatempos e podem ser aplicados ao conceito lifelong learning, a partir do entendimento de que todo o ambiente a nossa volta nos ajuda a aprender. Por isso, as pessoas com as quais você escolhe se envolver, seja no ambiente profissional ou pessoal, também têm influência direta no seu aprendizado.

“Um indivíduo pode trilhar trajetórias de aprendizagem, visando o aperfeiçoamento de seus desempenhos, ou a atualização de suas informações, assim como pode trilhar trajetórias de aprendizagem visando a compreensão profunda e ampla do mundo para se habilitar a responder às demandas da inserção de si mesmo, de grupos e de empreendimentos nesse mundo”, explica o professor adjunto da FDC, Sigmar Malvezzi.

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