Todos de olho nas perspectivas do setor financeiro em 2024

12/12/2023
Todos de olho nas perspectivas do setor financeiro em 2024 | JValério

Tanto gestores como conselheiros irão precisar, mais do que nunca, de conhecimentos contábeis e digitais para dar conta das legislações e tendências previstas para o próximo ano

Para dar continuidade aos conteúdos nos quais exploramos os desafios encarados pelas organizações, hoje vamos falar sobre aspectos relevantes criados a partir da relação entre o conselho de administração e o setor financeiro. Em tempos de Reforma Tributária, temas como impostos, finanças, questões contábeis e digitalização são fundamentais para que projetos, fluxos de caixa e outras situações estratégicas contem com dados concretos a fim de pautar a tomada de decisões.

Ademais, conhecer os papéis de cada um dentro do jogo, explorando ao máximo os recursos e potencialidades disponíveis, é uma vantagem competitiva. Isso porque as mudanças no sistema tributário, bem como certas inovações tecnológicas previstas para o mercado em 2024, causarão impactos que serão sentidos por todo o empresariado brasileiro.

Sendo assim, é preciso mais do que definir o modelo de negócio, encontrar um posicionamento e obter rentabilidade: exige que os conhecimentos financeiros, contábeis e digitais façam parte dos currículos e dos processos. Entenda um pouco desta valiosa dinâmica do cotidiano corporativo a seguir e confira 5 tendências apontadas por especialistas como certas para o setor financeiro ano que vem.

A importância do conhecimento contábil e financeiro na estrutura organizacional

Tendo em vista o atual cenário econômico do país, descrito como um ambiente altamente dinâmico e em constante evolução, gestão e conselho administrativo estão frente a um período repleto de incertezas e novos rumos. Dessa forma, é crucial que atuem de acordo, sobretudo quando o assunto é dinheiro e tecnologia. Aliás, entre as tarefas deliberativas do órgão, estão análises de demonstrações financeiras e a pronta manifestação quanto ao teor delas. Partindo da premissa, o corpo de conselheiros deve ter membros que possuam formação em contabilidade ou áreas relacionadas à finanças.

Este é o panorama ideal tendo em vista que o trabalho de conferência financeira exige a mais absoluta lisura. Sendo assim, além da contabilidade padrão que faz parte da estrutura organizacional, pelo menos um profissional com este perfil precisa integrar o colegiado. Na ausência dele, tanto o conselho fiscal como o comitê de auditoria assumem a função de assessorar e fiscalizar os atos dos administradores, sendo esse, inclusive, um dos seus deveres legais e estatutários.

Dada a complexidade exigida ao exame de relatórios financeiros-contábeis, é de se esperar que haja contadores ou especialistas tributárias em alguma dessas frentes. Por consequência, surgem questionamentos desafiadores às informações apresentadas que, com o passar do tempo, reduzem ruídos e falhas comuns nesse tipo de comunicação. Em face de reuniões periódicas, nelas são deliberadas uma série de assuntos nos quais o contador - ou auditor independente - não só pode como deve opinar, sendo elas: o balanço anual, o orçamento de capital, a distribuição de dividendos, entre outros.

Vale lembrar que a composição diversa dos colegiados e sua constante interação com sócios, diretores e demais setores, faz parte das Melhores Práticas de Governança Corporativa, criada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Ou seja, convém que um dos membros do conselho administrativo apresente experiência contábil.

Tendências do setor financeiro para 2024

Ao longo da jornada, as companhias contam com times para que as estratégias de curto, médio e longo prazo saiam do papel e tragam resultados positivos. Contudo, só isso não basta: o que acionistas, investidores e todas as partes interessadas realmente esperam é que cada componente saiba o que fazer e onde quer chegar.

Portanto, se conectar às principais tendências e inovações do mercado financeiro acaba sendo uma prerrogativa na carreira de todo executivo que almeja o sucesso. Pensando nisso, selecionamos os 5 pontos mais perceptíveis nas pautas e planejamentos das empresas em 2024 em se tratando de finanças e digitalização. Independentemente se você está na gestão ou conselho, convém estar ligado nelas.

Confira!

1. Reforma tributária

Certamente, após a aprovação da Reforma Tributária as empresas terão um longo período de adaptação pela frente. Após a série de transformações que entrarão em vigor no sistema tributário nacional após a aprovação da PEC 45/2019, uma ampla gama de oportunidades irá surgir aos escritórios de contabilidade. Não por acaso, caberá aos contadores e especialistas tributários a missão de reorganizar as exigências legais das empresas dentro dos prazos a serem estipulados pela lei. Afinal, a adequação será obrigatória e dificilmente gestores e conselheiros irão dar conta das demandas sozinhos, salvo aqueles que tiverem a expertise adequada.

2. Concorrência financeira

Os consumidores, entre os quais também estão as organizações, podem esperar mais funcionalidades oferecidas pelo sistema financeiro brasileiro. A exemplo do que já ocorre desde a criação do PIX, método de pagamento instantâneo; a Drex, moeda digital do Banco Central; e, finalmente, o Open Finance, voltado ao compartilhamento de dados, produtos e serviços entre instituições financeiras.

Agora, a aposta se chama “agregadores financeiros” que chegam por meio de um ecossistema digital regulamentado no qual instituições, de fintechs a bancos, vão concorrer para conquistar, atender e fidelizar clientes. As principais vantagens observadas no conceito da plataforma incluem poder de escolha, comparação das taxas de juros, conversão de moedas, facilitação de investimentos e unificação de créditos e débitos. Tudo com um só login e senha.

3. Tokenização

A tokenização, tecnologia que transforma um ativo ou direito em uma representação digital, vai acelerar o passo com que vem ocupando espaços nos mercados financeiro e de capitais no Brasil. Para especialistas, a definição do marco regulatório é um passo fundamental para que a tokenização possa cumprir o papel de democratizar o acesso de mais pessoas e empresas aos mercados de investimentos, reduzindo camadas de processos e de intermediários nos negócios.

Isso acontece porque esse processo permite a divisão e o compartilhamento de frações de ativos, o que também reduz custos. A tecnologia vai permitir que as transações financeiras sejam realizadas de forma mais rápida e segura no país. Para se ter uma ideia, imagine uma empresa que executa operações internacionais por meio de carteiras financeiras baseadas em blockchain. Elas poderão gerar um QR Code para pagamento que, por sua vez, já incluirá todas as informações relativas graças a uma característica chamada Smart Contracts (contratos inteligentes) e à sua programabilidade.

4. Segurança cibernética

Tudo indica que o avanço acelerado da economia digital sobre o setor financeiro vai demandar um contínuo incremento dos investimentos em segurança cibernética. Sem falar na formação de profissionais para que o segmento consiga manter os padrões ante as ameaças igualmente crescentes. Em função disso, os grupos financeiros que operam por aqui devem ampliar o volume anual, atualmente em R$ 3 bilhões, dos investimentos em TI com esse foco.

Segundo dados do FortiGuard Labs, controlado pela empresa global de segurança cibernética Fortinet, o Brasil já é o segundo país da América Latina que mais sofre ataques cibernéticos, tendo registrado 103,2 bilhões de tentativas em 2022. Segundo o Banco Central, fraudes por meios digitais causaram perdas de R$ 2,5 bilhões no mesmo ano.

5. Cada vez mais tecnologia

Os investimentos crescentes por parte das empresas e definição de marcos regulatórios, vão manter o Brasil entre os países que lideram os rankings globais de adoção do blockchain - a tecnologia que agrupa um conjunto de informações que são conectadas por meio de criptografia. Inclusive, a economia brasileira já ocupa a nona posição entre as que apresentam as maiores taxas de penetração dessa tecnologia no dia a dia das pessoas, citando a última edição do Índice Global de Adoção de Criptomoedas, da plataforma de dados Chain Analysis.

Caracterizada pela descentralização e transparência, a blockchain tem o potencial de revolucionar o setor financeiro. Ela oferece a possibilidade de transações mais eficientes, seguras e transparentes, além de permitir a criação de novos modelos de negócios.

6. ESG

O interesse por negócios que priorizem políticas e programas de caráter ESG (do Inglês, ambiental, social e governança corporativa) não é nenhuma novidade para os leitores do blog da JValério. E em 2024 ela seguirá sendo a política que vai acelerar o mercado financeiro. Por causa da maior demanda por investimentos e projetos que sigam essas pautas, a governança corporativa caminhará lado a lado com práticas sociais e sustentáveis.

Marcado para acontecer em dois módulos, entre os meses de fevereiro e abril, o Programa de Desenvolvimento de Conselheiros (PDC), da JValério, possui em sua metodologia abordagens referentes ao planejamento financeiro e cenários futuros. Portanto, será a oportunidade de se conectar de vez com os novos contextos mencionados acima. Tudo isso em um ambiente propício, comandado por docentes de alto nível.

Não perca mais tempo, faça sua inscrição clicando aqui.

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER