Empresas familiares comandadas por não-familiares

12/11/2015
Empresas familiares comandadas por não-familiares | JValério
Qual é a melhor saída para uma empresa familiar cujos administradores saibam tudo sobre o seu ramo de atividade, mas não sabem quase nada sobre gestão de negócios? Buscar ajuda profissional e conhecimento necessário para aprender tudo sobre esta função, não é verdade? Sim, é a melhor saída. Mas tem empresas familiares que optam por outro caminho: o gestor externo. Eduardo Valério, diretor-presidente da JValério, especializada em empresas familiares, explica que há muitas empresas familiares que optam por um gestor externo, que não tem laços com a família dona do negócio, mas alerta que esta opção requer bastante maturidade dos empresários pois separa bem os papeis de gestores e familiares/sócios. "Normalmente as empresas familiares desejam a ocupação dos principais cargos exercida por familiares, entretanto mais recentemente há uma clara percepção de que para estes cargos são necessários um conjunto de competências que poderão não estar nos sucessores familiares e , portanto, a empresa busca essas competências em profissionais externos à família e de fora da empresa".

O que leva uma empresa familiar a buscar este tipo de gestão?

Eduardo Valério aponta quais são os fatores mais comuns que ele observa nas empresas familiares para essa tomada de direção por gestores externos: - Falta do interesse do familiar para com a gestão executiva da empresa; - Falta de interesse atrelada ao próprio desenvolvimento pessoal e profissional (Competência para o exercício); - Opção por outro projeto de vida ou outra profissão; - Tentativas anteriores frustradas; - Intervalo de sucessão, ou seja, distanciamento entre as gerações (por exemplo, a segunda ou terceiras gerações de familiares ainda muito jovens ou em fase prematura para assumir a gestão).

Cuidados que a empresa precisa ter ao buscar este tipo de profissional

O especialista da JValério acredita que este é um grande desafio. Normalmente o primeiro executivo externo terá um curto período dentro da empresa mas de enorme importância e caberá a este profissional estabelecer a difícil separação do papel do dono do papel do gestor. "Requer um profissional com bastante experiência em transições nesta modalidade. Este curto período deve-se em função dos naturais desgastes que a transição vai gerar e portanto poderá abreviar o período desta gestão. Há casos onde o profissional á é contratado especificamente para fazer a transição" complementa Eduardo Valério.

Problema: A volta do herdeiro

E se, após todo o processo concluído, o herdeiro resolver assumir o cargo e exigir este posto, o que fazer? Não é algo raro de acontecer, principalmente após a estabilização da empresa e com a melhoria dos resultados. O que Eduardo Valério recomenda fortemente é que seja feito o acordo de família/sócios onde neste instrumento ficam definidas as regras para o ingresso de familiares na empresa bem como os critérios. "Isso contribui de maneira decisiva para mitigar este tipo de problema. Atrelado a este instrumento recomendamos que todos os familiares postulantes aos cargos de gestão na empresa sejam submetidos a avaliação de potencial" finaliza Eduardo Valério.
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