Processo de sucessão: passagem do bastão começa na infância

27/10/2022
Processo de sucessão: passagem do bastão começa na infância | JValério

Despertar o interesse dos filhos pelo negócio é uma estratégia para iniciar a transição e o desenvolvimento de acionistas e garantir a perpetuidade da família empresária

Os leitores do nosso blog já ouviram falar que o planejamento sucessório é uma das condições para manter a longevidade de uma empresa familiar. No entanto, uma pesquisa da PWC, nos Estados Unidos, apontou que, em 2021, apenas um terço tem um plano de sucessão robusto, documentado e comunicado em vigor... [e] globalmente, apenas 24% das empresas familiares estão focadas no envolvimento da próxima geração”.

Essa inércia em relação à preparação da próxima geração pode colocar uma empresa em risco e mesmo que vá demorar para que os herdeiros assumam o comando é importante traçar um plano sucessório e iniciar a preparação dos futuros gestores. Muitos acreditam que a sucessão começa quando os filhos estão adultos e aptos a assumir uma cadeira na empresa. No entanto, o interesse pelos negócios deve ser incutido nos herdeiros desde a infância.

Delegar para a próxima geração o comando da companhia deve ser uma meta para as lideranças das famílias empresárias. E quando essa meta é comunicada com clareza desde cedo, os herdeiros começam a desenvolver um laço relacional com a organização, facilitando a passagem de bastão no futuro.

Veja agora as principais barreiras que impedem as famílias empresárias a organizarem o processo de transição.

Falta de consciência

Como preparar os herdeiros para assumir os negócios da família

Pais e filhos preferem acreditar que os adultos e mais velhos continuarão à frente da empresa que sustenta a família. Outra postura comum é designar uma das crianças como a preferencial para comandar o negócio no futuro. Isso afasta as demais do negócio e desperta o desinteresse delas pela organização. No entanto, é cedo demais para fazer uma suposição de quem poderá ser o CEO da empresa familiar quando a próxima geração for assumir.

Falta de preparo

Como preparar os filhos para assumir os negócios da família

O vínculo afetivo dos fundadores, que compreendem a empresa como mais um filho, é um agravante que pode ser prejudicial à saúde do negócio. Líderes controladores não dão o devido espaço aos herdeiros para que eles comecem a se preparar para ocupar aquele lugar. Todo esse comportamento corrobora para que os membros da segunda/terceira geração não aprendam competências e habilidades para ser um líder no futuro.

Palavras desestimulantes

Como estimular os filhos para assumir a empresa familiar

Pais que passam uma imagem de sofrimento em relação ao trabalho provocam nos herdeiros uma reação negativa em relação à empresa. Os filhos não vão querer passar pelas mesmas angústias quando forem adultos.

Contudo, todas essas barreiras podem ser eliminadas quando a passagem de bastão começa a ser premeditada. Os filhos devem começar a participar das festas de Natal da empresa, por exemplo, para que se sintam, desde pequenos, parte do negócio. Pequenas atitudes que abordaremos nos próximos tópicos podem fazer com que os herdeiros se sintam à vontade para comandar a empresa familiar no futuro.

Como preparar as próximas gerações?

1. Construa um programa de sombreamento

Programas de preparação de sucessão em empresas familiares

Até crianças pequenas podem absorver as emoções de um ambiente de negócios. Por isso, traga os herdeiros para dentro da organização. Promova um piquenique para apresentar os integrantes da família aos funcionários. Os pequenos geralmente gostam de ajudar os pais e é preciso aproveitar essa afetividade das crianças para eles conheçam o trabalho dos pais e despertem o interesse de fazer parte daquele universo.

2. Crie, progressivamente, experiências de desenvolvimento dos herdeiros

Cargos para herdeiros começarem a trabalhar na empresa familiar

Quando os herdeiros ingressam na empresa, é importante que façam uma espécie de estágio em todas as áreas, para que desenvolvam uma visão sistêmica do negócio. Além de adquirem competências técnicas, é uma forma de perceberam em que departamento se encaixam e onde gostariam de atuar naquela organização.

Sair da empresa familiar e trabalhar como um colaborador em outra companhia também é uma forma de criar envergadura e maturidade e trazer um olhar de fora para aplicar dentro do próprio negócio.

3. Contextualizar metas e operações

Como separar os negócios familiares da empresa

Evite, na mesa do jantar, conversas sobre valor de negócio, financiamento e seu modo de operação. Comece a introduzir a empresa na vida dos filhos falando sobre os produtos e serviços e sobre o impacto da organização da vida dos funcionários (meio de subsistência) dos clientes. Não deixar de compartilhar também os cases de sucesso e como a companhia conseguiu sobreviver às crises econômicas que afetam o mundo todo.

4. Seja um exemplo de integridade

Como se tornar um líder em empresas familiares

Não faltar com a verdade e ser, para os filhos, um exemplo de honestidade e integridade dentro e fora de casa. O comportamento dos pais contribui para moldar o caráter dos filhos, que responderão sobre a empresa no futuro.

5. Planeje o futuro

Planejamento estratégico para empresas familiares

Esboce um planejamento estratégico a longo prazo para que possa desenvolver um plano de carreira para a próxima geração. Se uma das metas for a internacionalização dos negócios, por exemplo, é bom pensar na formação dos sucessores em comércio exterior.

Ainda na infância, ensinar os filhos a administrarem a própria mesada e a importância de poupar. No caso da venda da empresa, essa ideia de pensar no amanhã, já foi construída desde que eram crianças e será importante para que usem corretamente os valores da venda de modo que garanta a subsistência.

6. Educar toda a família

Como inserir a família na gestão do negócio

 Nem todos os herdeiros terão vontade e vocação para dar continuidade aos negócios. Contudo, todos os membros se tornarão acionistas e suas vidas poderão ser afetadas pela empresa. Por isso, formar um Conselho de Família pode ser uma alternativa para manter todos os integrantes na mesma página quando o assunto for a empresa. Esse Conselho poderá receber especialistas do mercado para ajudar a família a organizar seus valores, missão, propósito e até um estatuto de governança. Todos os membros devem estar a par de todas essas questões para exercerem um bom papel como acionistas.

Sua empresa já possui um plano de sucessão?

Se a sua resposta foi negativa, não precisa entrar em pânico. Você está no lugar certo e pode contar com a JValério Gestão e Desenvolvimento e com a Fundação Dom Cabral (FDC) para colocar em prática a passagem do bastão para os herdeiros, mesmo que ainda leve um tempo.

Programa para desenvolvimento de empresas familiares

Uma das soluções do portfólio da JValério e da FDC é o PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas e da Família Empresária. O programa trata da formação e preparação de sucessores, do conflito de transição entre gerações, dos acordos societários e da pulverização do patrimônio.

O objetivo do PDA é contribuir para o desenvolvimento de empresas familiares, auxiliando seus membros na criação de um ambiente favorável à discussão e à construção de um futuro maduro e profissionalizado, garantindo assim a perenidade do negócio, a preservação do patrimônio e a harmonia das relações familiares.

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