Política de redução de custos pode ser uma armadilha para crescimento

05/12/2022
Política de redução de custos pode ser uma armadilha para crescimento | JValério

Estudo da Gartner aponta quais os erros mais comuns das empresas na hora de cortar custos e soa como um alerta para os gestores sobre a importância de um planejamento estratégico e modelo de gestão robusto para driblar crise

O descontrole da inflação, os problemas na cadeia de supply chain e a restrição no mercado de trabalho são os principais desafios para os gestores neste momento de crise. No entanto, reduzir custos não é uma alternativa viável para contornar as adversidades, na opinião de Randeep Rathindran, vice-presidente de pesquisa da Gartner que se dedica a estudos no campo de análises financeiras. Para ele, essa medida pode desestruturar programas criados justamente com a finalidade de otimizar estrategicamente as decisões de custo. 

Randeep Rathindran lista sete erros comuns na redução de custos que podem impactar o crescimento das empresas a longo prazo.

1. Cortes generalizados com metas irreais 

Como traçar metas de redução de custos

Cerca de 43% dos líderes conseguem atingir o nível de economia que almejavam no primeiro ano de redução de custos. No entanto, o problema reside nas metas irreais.  Os cortes podem afetar as partes mais eficientes da sua organização e interferir na motivação da equipe - fator importante para a produtividade.

2. Falha ao sustentar a mudança de comportamento

Como traçar uma estratégia de redução de custos nas empresas

Uma porcentagem pequena, de apenas 11% das empresas, é capaz de sustentar a redução de custos em um período de três anos. Isso ocorre porque tais estratégias são de curto prazo e não defendem uma mudança de comportamento que seria necessária para a tomada de decisões inteligentes a longo prazo. Esse fator acarretaria numa rodada frequente de redução de custos à medida que surgem novas crises.

3. Desacelerar a organização

Os principais problemas da redução de custos

O estudo da Gartner aponta que apenas 6% das companhias colocam em seu planejamento estratégico ações concretas e simples que podem levar ao crescimento. Por conta do estímulo por parte das lideranças e acionistas para adotar estratégias de crescimento máximo, muitos executivos costumam ter um ponto cego quando se trata de ações complexas. Elas tendem a aumentar os custos diretos (como retenção excessiva de estoque) ou indiretos.

4. Impedir a inovação necessária

Por que a redução de custos pode impactar o crescimento de um negócio

Uma pequena parcela - apenas 9% das organizações - são preparadas para aproveitar as oportunidades de crescimento e inovação almejadas por elas. Uma redução de custos abrangente pode inibir esses projetos e levá-los à estagnação.

5. Perder a oportunidade de aproveitar o digital

Como otimizar os custos para alavancar a transformação digital nas empresas

Mais da metade (66%) dos diretores financeiros entrevistados pela Gartner para a realização da pesquisa, afirmaram que tinham a intenção de aumentar o investimento em tecnologia digital nos 12 meses seguintes. E 32% dos participantes disseram que manteriam esses gastos por conta da necessidade de priorizar a aceleração digital nas empresas. O ônus de interromper essas iniciativas é alto: as companhias correm o risco de perder pontos para os concorrentes, sobretudo no quesito de experiência do cliente. Para evitar esse problema, a Gartner sugere a interação do diretor financeiro e diretor de informação para não frear o aprimoramento na área digital, que é estratégico para o futuro das organizações.

6. Acelerar contratos injustos com fornecedores de TI

A importância de analisar contratos de tecnologia nas empresas

Arrepender-se de adquirir tecnologia em razão de termos desfavoráveis ou taxas abusivas é comum entre dois para cada cinco líderes de TI, de acordo com estudo da Gartner. Daí a importância de analisar bem os orçamentos antes de comprar ferramentas para a transformação digital. Aquisições erradas são sinônimo de ineficiência e desperdício de recursos financeiros. Negociar com fornecedores é uma forma de melhorar margens e otimizar custos.

7. Inserir riscos perigosos para a organização

Os perigos da redução de custos empresariais

A pressão orçamentária pode levar os executivos de finanças a autorizarem a assinatura de contratos com fornecedores com um preço mais baixo. No entanto, escolhas erradas podem acarretar em prejuízos futuros para a organização, como: segurança cibernética (ataques de hackers e violação de dados são onerosos); supply chain (a redução de custos com estoque baixa custos a curto prazo, mas pode prejudicar a cadeia de supply chain e colocar em risco o atendimento ao cliente); e talentos (reduzir custos com mão de obra pode impactar no engajamento e produtividade da equipe, principalmente num momento em que a retenção de talentos é importante).

Walk to the talk: a liderança pelo exemplo

Como os líderes influenciam as decisões empresariais de redução de custos

Na hora de reduzir custos, os executivos devem ter um comportamento exemplar e correto, porque são eles que inspiram as equipes. O documentário na Netflix “CEO em fuga” narra a história do executivo Carlos Ghosn, um sírio-brasileiro que ganhou status de herói no Japão por ter salvado a Nissan da falência justamente por conta de uma política rigorosa de redução de custos - inclusive com demissões em massa.

Em contrapartida, ele esbanjava na sua administração em pontos em que era favorecido. Ghosn tinha um salário altíssimo, além de confundir as contas da pessoa física e jurídica e andar de jatinho. Até que o governo japonês, de olho na Nissan, prendeu o executivo. Mas ele conseguiu fugir do Japão em uma caixa de instrumentos musicais.

A história bizarra do executivo mostra a importância do “walk to the talk” no mundo corporativo. Um líder deve se portar de modo que possa ser exemplo para os colaboradores. As palavras são importantes, mas é o modelo de conduta do líder que molda e direciona as equipes.

E um dos objetivos do PAEX - Parceiros para a Excelência é, justamente, capacitar os gestores. A solução, projetada para médias empresas, auxilia os executivos a adotarem um modelo de gestão robusto, capaz de levar mais eficiência para a sua organização e mais performance para o seu time de colaboradores. O programa é oferecido pela JValério com a chancela da Fundação Dom Cabral (FDC) e está presente em aproximadamente 600 empresas do Brasil, Paraguai e Portugal. Essa difusão garante uma riquíssima troca de experiências e aprendizado entre os participantes. As mentorias, com professores renomados da FDC, também são um diferencial do PAEX

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