O desafio de reter e atrair talentos de uma força de trabalho em transformação

19/12/2022
O desafio de reter e atrair talentos de uma força de trabalho em transformação | JValério

Anseios da nova geração incluem busca por um propósito maior, mais flexibilidade, perspectivas claras de crescimento e harmonia entre trabalho e vida pessoal

Contratar e manter os melhores talentos é um desafio para muitas empresas. O problema é que poucas organizações estão tomando as medidas necessárias para recrutar e reter os melhores talentos. 

Para lidar com a alta rotatividade da equipe, os líderes devem ter um foco intenso no que é mais importante: satisfação e retenção de talentos. Se os funcionários de alto desempenho se sentirem sobrecarregados e subestimados – e se não forem apoiados o suficiente para encontrar harmonia entre trabalho e vida pessoal – podem ficar desanimados e desconectados de seu trabalho, colegas e empregadores, e abandonar o barco.

As pessoas tendem a ser mais produtivas em um ambiente positivo com colegas de trabalho com quem gostam de estar junto. Além disso, uma cultura de escritório amigável fará com que os funcionários se sintam confortáveis ​​o suficiente para abordar a gerência quando houver problemas. É por isso que é tão importante que as empresas que buscam crescer se concentrem em criar um ambiente agradável para os colaboradores. 

Como organizar os novos modelos de trabalho

Novos modelos de trabalho

Além disso, a pandemia despertou novas necessidades que devem ser avaliadas para reter talentos, entre elas a implementação do trabalho em home office, que caiu no gosto dos trabalhadores - o que era apenas uma tendência se transformou num caminho sem volta.

Segundo levantamento da Consultoria Mercer, o “Estudo Global de Tendências de Talentos”, 43% dos brasileiros buscam mais flexibilidade no trabalho, pensando principalmente em modelos de trabalho remoto e híbrido, quando há uma combinação do home office com o trabalho presencial. O Brasil está abaixo da média global: 60% dos entrevistados responderam que desejam ter mais flexibilidade.

O estudo está em sua sétima edição e entrevistou 11 mil executivos, líderes de RH e colaboradores de 16 países e 13 indústrias. No Brasil, foram entrevistados 54 executivos, 103 líderes de Recursos Humanos e 514 funcionários.

Outro dado do levantamento que chama a atenção é que 74% dos respondentes acreditam que as empresas onde trabalham seriam mais bem-sucedidas se tivessem contratações em regime remoto ou híbrido. Além disso, 80% afirmaram que a equipe trabalha melhor quando algumas pessoas estão no escritório e outras em casa. Outros 43% disseram que se sentem mais conectados com os colegas quando estão trabalhando remotamente.

A importância do propósito para a retenção de talentos

A importância do propósito

Cabe aos responsáveis por postos de comando motivar equipes a se engajar em causas comuns e ampliar a valorização da marca da organização. Ao assumir posições chave nas companhias ou comandar projetos estratégicos, líderes têm um dos principais desafios na carreira: atrair pessoas em torno de uma causa comum, chamada de propósito de um negócio.

Pesquisa feita pela Harvard Business Review Analytic Services e do EY Beacon Institute só reforça essa percepção. No levantamento realizado em 2015 com 500 executivos, 80% dos entrevistados responderam que uma organização com propósitos claros e que são de conhecimento dos stakeholders vai alcançar mais sucesso “na satisfação dos colaboradores e fidelização dos clientes”.

Quando os funcionários constatam que suas chefias trabalham com um propósito moral, de acordo com outro estudo promovido pela britânica a CIPD – Chartered Institute of Personnel and Development, as chances de talentos deixarem a empresa são menores. Isso demonstra que as equipes fazem questão de mergulhar ainda mais nos projetos que lhes são encaminhados.

Antigamente, o trabalho era algo ligado simplesmente ao sustento e estava deslocado da ideia de satisfação ou bem-estar. Mas essa visão não resistiu à sociedade moderna. E o estado permanente de contentamento e bem-estar está relacionado ao propósito, como explica Mauro Pumar, especialista em gestão estratégica e professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC)

“A busca da felicidade movimenta e pega aquela pessoa com foco nos interesses individuais e a coloca em colaboração com os interesses coletivos. Esse é o caminho que as empresas precisam percorrer para gerar nos seus colaboradores a sensação de felicidade e pertencimento a uma causa no ambiente do trabalho”, aconselha.

Para ler a entrevista completa do professor Mauro Pumar, leia o post: Como reconfigurar sua empresa num mundo em transformação?

Novas tendências para a aquisição e retenção de talentos

Novas tendências

Para ajudar os gestores a gerir os anseios da força de trabalho que emergiu nos pós-pandemia, a Gartner ouviu 800 líderes de Recursos Humanos e identificou cinco tendências previstas para a área em 2023.

A primeira prioridade dos líderes de RH é a efetividade do líder e do gestor, elencada por 60% dos entrevistados. Além disso, 24% dos respondentes acreditam que sua abordagem de desenvolvimento de liderança não prepara líderes para o futuro do trabalho. Os líderes precisam ser mais autênticos, empáticos e adaptativos. Os três atributos apontam para a necessidade da criação de uma liderança mais humana.

A segunda prioridade identificada é o design organizacional e gerenciamento de mudanças, uma prioridade para 53% dos líderes entrevistados pela Gartner. A transformação digital, as incertezas no campo da economia e a instabilidade no cenário político provocaram disrupções. Neste contexto, o design organizacional e o gerenciamento de mudanças continuam na lista de prioridade para os CHROs, especialmente nesses momentos no qual as organizações estão sentindo na pele as sequelas de um período de tantas ambiguidades.

A experiência do funcionário é uma prioridade para 47% dos entrevistados. Além disso, 44% disseram que suas empresas não têm planos de carreira atraentes. Para as lideranças, é difícil identificar os movimentos internos que os funcionários devem fazer para decolar em suas carreiras. Outro estudo recente também feito pela Gartner aponta que apenas 1 em cada 4 funcionários demonstra confiança sobre sua carreira em sua organização, e três em cada quatro que procuram uma nova função estão interessados ​​em cargos externos.

Já o recrutamento é uma prioridade para 46% dos líderes de RH e 36% dizem que suas estratégias de sourcing são pouco eficientes para descobrir as habilidades que precisam. Os líderes de recrutamento precisam repensar estratégias de seleção dos colaboradores para se alinharem às necessidades atuais dos negócios. É necessário planejar múltiplos cenários num mercado em constante transformação e tomar decisões com grande confiança a partir da análise de dados.

Por último, o futuro do trabalho é uma prioridade para 42% das lideranças entrevistadas; 43% afirmam não enxergar um futuro explícito de estratégia de trabalho. A expressão “futuro do trabalho” continua se encaminhando para ser compreendida como uma força de trabalho remota e híbrida. A expressão “futuro do trabalho” continua se encaminhando para ser compreendida como uma força de trabalho remota e híbrida.

Para mais informações sobre a pesquisa realizada pela Gartner, leia o post: Estudo da Gartner aponta tendências do RH para 2023.

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER