As empresas estão preparadas para o ano de 2023?

21/12/2022
As empresas estão preparadas para o ano de 2023? | JValério

Para prevenir prejuízos e se blindar da imprevisibilidade do novo ano que se aproxima, líderes precisam investir na gestão de riscos para continuar a crescer

O ano de 2023 está no ar e com ele, muitas incertezas. Afinal, um novo governo comanda o país, além da invasão da Rússia contra a Ucrânia, que continua causando impactos na economia global.

Diante deste cenário de imprevisibilidades, o planejamento estratégico das empresas deve levar em conta resultados a curto e longo prazo. Segundo Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento, a gestão de risco emerge como um instrumento natural para diminuir os efeitos das mudanças que enfrentaremos em 2023. 

Não é de hoje que as organizações precisam estar preparadas para um cenário de imprevisibilidades, que exigiu das lideranças a adoção de uma cultura de precaução permanente. “Deixar para agir quando o problema se instalou pode ser tarde, com consequências comprometedoras para o futuro da empresa bem como para seu posicionamento no mercado”, alerta o diretor.

Importância da liderança ambidestra

O presidente da Fundação Dom Cabral, Antonio Batista, ressalta que, num mundo de incertezas, as empresas têm que estar muito mais atentas às transformações nos ambientes onde estão inseridas. É preciso estabelecer visões de longo prazo e considerar mudanças de caminho no curto prazo. “É isso que define a liderança ambidestra, capaz de equilibrar diversos paradoxos: curto e longo prazo, o dos resultados com o progresso para a comunidade em que atua, o do capital moral e do capital econômico. Todos esses compromissos são a bússola da liderança na contemporaneidade”.

Como explica José A. P. Capito, professor associado da FDC, a concentração de esforços para identificar riscos e administrá-los surge como um diferencial estratégico para conviver com essa nova realidade, antes que ela possa prejudicar de vez o crescimento empresarial. O gerenciamento de crise, ao detectar tendências capazes de comprometer até mesmo os planos de crescimento, ajuda os empresários a agir com mais confiança na hora de tomar decisões acerca dos investimentos.

Ao tomar ciência antecipada dos problemas que poderá enfrentar, o gestor ganha um leque de opções maior para fazer frente a um cenário desafiador, mas está preparado para encará-lo de forma efetiva, sem improvisações.

Foco em três setores essenciais

Ainda de acordo com Capito, a gestão de risco deve focar, em síntese, em três setores: a área financeira da empresa, a equipe de colaboradores e a comunidade onde está inserida. As finanças surgem para dar fôlego extra, se a empresa tiver caixa para passar pelo período de turbulência. Já em relação aos funcionários, é imperativo que as equipes estejam sintonizadas com a cultura do enfrentamento de desafios e motivadas a se engajar nas tarefas para superá-los.

O terceiro item, a sociedade, entra de forma natural no processo de gestão de risco, já que a empresa é uma forte referência de valores para parte da população do local onde está inserida - como fonte geradora de emprego e renda naquela comunidade, por exemplo.

Gestão preparada

Para enfrentar este período de incertezas, especialistas apontam sete fatores que devem orientar os gestores em 2023:

  1. Revisão das metas: as lideranças devem ser responsivas e flexíveis na alocação de recursos, sejam despesas de capital, despesas operacionais, P&D ou funcionários, para estarem preparadas para as novas conjunturas do mercado. Uma pesquisa da McKinsey aponta que organizações que realocam capital – independentemente do setor em que atuam – obtêm retornos mais altos.
  1. Alerta para novas oportunidades: a criação de novos negócios deve ser uma das prioridades para que as empresas alcancem o crescimento orgânico. A pesquisa da McKinsey demonstra que as companhias que colocaram a criação de novos negócios como foco da estratégia tiveram taxa de crescimento acima da média em seus setores de atuação.
  1. Transição energética: as questões climáticas tornaram a transição energética como elemento urgente. As interrupções no mercado de energia, por exemplo, podem aumentar custos na cadeia produtiva. O estudo da McKinsey estima que o investimento médio anual nesses sistemas precisará aumentar em 60% (US $3,5 trilhões) para atingir a meta de emissões líquidas zero até 2050. Medidas para desenvolver novos negócios de baixo carbono devem ser consideradas. Outra recomendação é uma revisão das agendas de energia e sustentabilidade.
  1. Impacto tecnológico: as transformações estão mexendo com o caixa das empresas. A IA (inteligência artificial), por exemplo, pode ser uma ferramenta de controle ao integrar dados, em tempo real, para que os gestores identifiquem e tomem a decisão mais assertiva para corrigir rumos ou fazer novos investimentos.
  1. Desenvolvimento do capital humano: as empresas que quiserem galgar lugar de liderança no mercado devem reter talentos e construir a força de trabalho que necessitam. As contratações devem ser baseadas nas habilidades dos colaboradores ao invés dos diplomas que carregam no seu currículo. Parcerias com universidades e plataformas de educação podem ser aliadas para o treinamento dos funcionários em habilidades que complementam a automação.
  1. Plano de contingência para gerenciar crise na cadeia de suprimentos: a localização dos fornecedores e os riscos em relação à falta de abastecimento de insumos devem ser avaliadas. A carência de matérias-primas pode reduzir o ritmo da produção.
  1. Colaboração entre os conselhos e as equipes de gestão: As empresas devem aproveitar o alinhamento dos gestores para investir em planejamentos de médio prazo com foco no crescimento, criação de novos negócios, realocação de capital e desenvolvimento de talentos.
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