A importância do legado no processo de sucessão nas famílias empresárias

19/04/2022
A importância do legado no processo de sucessão nas famílias empresárias | JValério

O legado reflete no propósito e valores da companhia e norteia as conquistas das gerações futuras

As famílias empresárias possuem uma grande representatividade na economia brasileira e superam a média mundial. Mais de 90% das companhias verde amarelas são geridas por membros de uma mesma família.

Mas nem tudo são flores no setor das empresas familiares no Brasil. Pesquisa da consultoria PwC aponta que 75% delas fecham após serem sucedidas pelos herdeiros e que apenas 7 em cada 100 chegam à terceira geração. Daí a importância de estabelecer um ambiente saudável e propício para o desenvolvimento de acionistas e da própria organização. O objetivo é qualificar os gestores visando sempre a preservação do legado deixado pelos fundadores do negócio.

“Quando falamos em legado estamos nos referindo à conexão das futuras gerações com as tradições, marcos, histórias pessoais, crenças e princípios implementados pelos fundadores. O legado representa ativos tangíveis e intangíveis: os valores financeiro, social e emocional que a família acumulou. Tudo isso irá refletir no propósito da empresa que será delineada pelos novos gestores no momento da transição familiar. E mesmo que os fundadores busquem no mercado um executivo para comandar a empresa é importante que esse gestor esteja sintonizado com o legado da família, que é único, e que elevou a organização até aquele patamar”, explica Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento.

Pés no passado e olhos no futuro

Oliveira destaca ainda que as lideranças precisam estar conscientes de que manter o legado não é apenas olhar para trás e ver o que é valorizado do ponto de vista da empresa e da família. “O legado estimula a visão de futuro e serve de suporte para os novos gestores observarem com clareza o que motiva aquelas famílias a dar continuidade, a tornar um negócio longevo. Construir esse valor é a maior herança que poderá ser deixada para os herdeiros”, afirma o diretor executivo da JValério.

Eduardo Valério, presidente da JValério, enfatiza ainda que o legado é parte vital da história da empresa que deve ser nutrida, protegida e desenvolvida. “Manter o legado é uma grande responsabilidade. Num processo de sucessão familiar, os herdeiros precisam compreender que suas escolhas e seu exemplo vão refletir no comportamento, atitudes e ações das gerações seguintes e irão afetar a gestão do negócio no futuro. Daí a importância dos mais velhos "criarem espaço" para a próxima geração assumir suas próprias decisões sobre como conduzirão o legado para o futuro. Tudo isso faz parte do processo de transição familiar”, ressalta Valério.

A sucessão familiar

Sucessão é sinônimo de longevidade, de pensar numa organização próspera além da geração do fundador. Mas qual é a melhor hora para iniciar a transição? O professor da Fundação Dom Cabral (FDC), Dalton Sardenberg, acredita que o processo sucessório deve começar cedo, em tempo hábil para a correção de rumos.

“ A sucessão pode iniciar, por exemplo, a partir da criação de uma ação para dar mais liberdade para os herdeiros. “É importante dar autonomia para as novas gerações, para que assumam responsabilidades e sejam testadas. Se não responderem com os resultados almejados, ainda dá tempo de buscar um sucessor, no mercado, sem ligação sanguínea com a família”, complementa. 

Sardenberg salienta que passar o bastão não significa sair da empresa, mas sim a ressignificação do papel do fundador dentro da companhia. Quando se tornam conselheiros, os fundadores ocupam outro papel fundamental: pensar em projetos de expansão, inovação, parcerias estratégicas, diversificação dos negócios, entre outras questões que fazem parte da agenda de uma organização que visa o crescimento sustentável.

Além disso, num plano de sucessão, sucessor e sucessório devem ter a mesma prioridade. “Se olharmos apenas na ótica do sucessor, é como se estivéssemos vendo apenas o que está acima da superfície num iceberg. A parte submersa, que corresponde ao sucedido, também precisa de atenção especial. Afinal, foi ele que trouxe aquele negócio até ali. Toda a empresa, aliás, precisa se preparar para a transição, para o acolhimento a quem está saindo e a recepção de quem está chegando”, orienta Eduardo Valério.

PDA

Pensando no crescimento sustentável das empresas familiares, a JValério, em parceria com a FDC, oferece o PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas e da Família Empresária.

O programa tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de empresas familiares, auxiliando seus membros na criação de um ambiente favorável à discussão e à construção de uma gestão robusta e profissionalizada, garantindo a longevidade do negócio, a preservação do patrimônio e a harmonia das relações familiares.

O PDA prevê a formação e preparação de sucessores e aborda a importância dos acordos societários e da pulverização do patrimônio, entre outros assuntos.

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