A importância da Governança Corporativa na perpetuação e sucesso das empresas familiares

04/07/2023
A importância da Governança Corporativa na perpetuação e sucesso das empresas familiares | JValério

Profissionalizar a gestão e envolver fundadores e herdeiros neste processo é uma forma de garantir a longevidade do negócio

As empresas familiares são um dos pilares do desenvolvimento do Brasil por participarem ativamente da construção do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB). Elas representam ainda 90% dos empreendimentos do país. Todavia, 70% delas encerram suas atividades após a morte do seu fundador, segundo dados do Sebrae.

Mas por que isso acontece? A falta da governança corporativa e de um plano sucessório, que garante a continuidade do negócio ao longo das gerações, são citados por especialistas como os principais fatores. E é sobre essas que questões que vamos falar neste artigo.

Mas afinal, o que é governança corporativa?

A governança corporativa pode ser definida como conjunto de processos que busca implementar a cultura do negócio na rotina dos colaboradores para melhorar a qualidade da gestão empresarial. E ela influencia positivamente na rotina das organizações porque estabelece normas internas e de relacionamento da empresa junto a fornecedores, acionistas e clientes.

Os princípios da governança corporativa, que servem para garantir que os direitos de todas as partes interessadas sejam preservados e também evitar prejuízos para os negócios, são:

  • Transparência
  • Equidade
  • Prestação de Contas
  • Responsabilidade corporativa

E a falta de implementação dessas boas práticas de governança corporativa, a pouca habilidade de enxergar as situações de maneira clara (justamente por conta dos laços familiares, que é uma característica das empresas familiares), bem como evitar tomar decisões estratégicas de gestão de maneira imparcial e objetiva, são os fatores que podem levar às empresas familiares ao fracasso.

Outro aspecto que pode ser prejudicial a esses negócios é quando os membros da família, que compõem o conselho de administração de maneira majoritária, apresentam sinais de desconfiança em relação aos herdeiros que assumiram o negócio ou aos executivos contratados para fazer a gestão. Daí a importância de formar um conselho de administração com membros da família (fundadores), acionistas e profissionais de mercado.

Como evitar conflitos?

Todos os aspectos citados no tópico anterior podem não ser uma preocupação de empresas recém fundadas, nas quais os fundadores ainda estão no comando do negócio. Nesta fase, são eles que tomam as principais decisões sobre a gestão.

Contudo, se a empresa prosperar e se tornar longeva, são grandes as chances do envolvimento dos herdeiros no negócio. E é neste momento que surgem os conflitos. Aliás, contornar as divergências entre membros de diferentes gerações é um dos maiores desafios das famílias empresárias. E quando os herdeiros começam a ter voz ativa, sempre devem prevalecer decisões em prol da organização e não para satisfazer os interesses pessoais dos sócios. E esse é um dos princípios da governança corporativa que devem ser respeitados.

Portanto, para garantir a longevidade do negócio, é obrigatório estabelecer regras claras e uma estrutura de governança que vise a disciplina, a transparência, a independência e a responsabilidade societária entre todos os sócios membros da família. Essa é a maneira mais eficaz de evitar conflitos.

Contrato societário

As regras sobre as quais falamos acima devem estar definidas num documento conhecido como “Contrato Societário”, que faz parte da governança corporativa. Nele, devem constar normas como:

a) comunicar para todos os membros da família, com clareza, quais são os valores, a missão e uma visão. São eles que irão formar o legado criado pelo fundador e que deve ser seguidos pelos sucessores ao longo dos anos;

b) manter todos os membros da família (especialmente aqueles que não estão envolvidos diretamente na gestão do empreendimento) informados a respeito de fatos relevantes, decisões estratégicas importantes, bem como resultados conquistados;

c) comunicar as regras e decisões que podem afetar os membros da família e os colaboradores, como dividendos e outros benefícios eventualmente proporcionados pela empresa;

d) estabelecer uma comunicação clara e formal, por meio de canais que permitam os membros da família a compartilhar seus ideias, aspirações e problemas;

e) realizar, periodicamente, reunião entre os membros da família para que as decisões sejam tomadas em conjunto.

f) definir regras para o processo sucessório, que deve começar o quanto antes, e não apenas quando o fundador não estiver mais em condições de gerir a empresa.

Como está a governança da sua empresa familiar?

Para dar suporte aos gestores que desejam aprimorar os conhecimentos e alavancar os resultados das famílias empresárias, a JValério Gestão e Desenvolvimento e a Fundação Dom Cabral oferecem o Programa Governança Corporativa em Empresas Familiares.

O objetivo da solução é promover uma discussão entre os membros de empresas familiares e gestores sobre as principais práticas de governança que impactam na concretização de uma gestão profissional do negócio. A intenção é profissionalizá-los com foco na sua perenidade.

O programa é destinado a fundadores, sócios, sucessores ou herdeiros das diversas gerações de empresas familiares que estejam atuando nos negócios familiares e desejam transformar a realidade da empresa.

As aulas serão presenciais, na sede da JValério, em Curitiba, no mês de novembro. Para mais informações, acesse o link.

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