43% dos brasileiros querem flexibilidade no trabalho, diz pesquisa

05/08/2022
43% dos brasileiros querem flexibilidade no trabalho, diz pesquisa | JValério
Pandemia despertou novas necessidades que devem ser avaliados pelo Recursos Humanos e pelos Conselhos para reter talentos, confira principais tendências do setor

A pandemia mudou a relação das pessoas com o trabalho. As empresas foram obrigadas a implementar o home office a toque de caixa, mas a modalidade caiu no gosto dos trabalhadores e o que era apenas uma tendência se transformou num caminho sem volta.

A quebra de paradigmas sobre o trabalho remoto trouxe uma nova preocupação para os departamentos de Recursos Humanos, segundo levantamento da Consultoria Mercer. O “Estudo Global de Tendências de Talentos” está em sua sétima edição e entrevistou 11 mil executivos, líderes de RH e colaboradores de 16 países e 13 indústrias. No Brasil, foram entrevistados 54 executivos, 103 líderes de Recursos Humanos e 514 funcionários.

A pesquisa indica que 43% dos brasileiros buscam mais flexibilidade no trabalho, pensando principalmente em modelos de trabalho remoto e híbrido, quando há uma combinação do home office com o trabalho presencial. O Brasil está abaixo da média global: 60% dos entrevistados responderam que desejam ter mais flexibilidade.

Outro dado do levantamento que chama a atenção é que 74% dos respondentes acreditam que as empresas onde trabalham seriam mais bem-sucedidas se tivessem contratações em regime remoto ou híbrido. Além disso, 80% afirmaram que a equipe trabalha melhor quando algumas pessoas estão no escritório e outras em casa. Outros 43% disseram que se sentem mais conectados com os colegas quando estão trabalhando remotamente.

Como manter os colaboradores engajados no modelo híbrido?

Como manter colaboradores engajados no homeoffice

A pesquisa da Mercer aponta que 80% dos executivos entrevistados estão preocupados com o impacto do trabalho virtual na construção de relações entre os funcionários. O maior temor é de que o relacionamento dos times seja menos sólido e que isso interfira na vivência e nos valores e da cultura organizacional das empresas.

Nos Estados Unidos e Europa, as maiores preocupações são, respectivamente, a segurança digital e a aceleração digital. Já na América Latina, 66% dos respondentes mostraram-se apreensivos com as mudanças nas interações sociais promovidas pelo trabalho remoto. E esse é um reflexo da cultura no continente, que preza por relações pessoais.

Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento, acredita que, no Brasil, as interações no relacionamento físico no ambiente de trabalho são fundamentais para que as equipes se mantenham motivadas e alinhadas com o propósito da organização.

“Não estar no mesmo ambiente físico pode trazer um sentimento de não pertencimento à empresa. E transmitir essa sensação mesmo à distância é um dos maiores desafios das lideranças. Além disso, as organizações precisam ter uma cultura organizacional bem definida e mostrada no dia a dia do trabalho. Isso é muito importante para o colaborador realmente se identificar com seu trabalho e vestir a camisa”, salienta Oliveira.

Tendências

Tendências sobre modelo e jornada de trabalho

O bem-estar físico e mental dos colaboradores nunca foi tão discutido nas empresas quanto na pandemia e o tema não poderia ficar de fora na pesquisa da Mercer. Entre os desafios apontados pelos entrevistados estão: exaustão e esgotamento dos funcionários, redução de orçamentos, necessidade de adotar programas de “reskilling” e “upskilling” e implantação inadequada de novas tecnologias.

Além disso, o levantamento trouxe cinco tendências que devem ser priorizadas pelo Recursos Humanos no Brasil: investimentos em programas de saúde e segurança; investimentos na eficiência de planejamento dos funcionários; redesenhar modelos de operação do próprio departamento de Recursos Humanos; revisão de modelos e pacotes de reconhecimentos e recompensas; e colocar a ESG na agenda de propostas como um agente de transformação nas empresas.

Na visão de Clodoaldo Oliveira, todas as mudanças propostas pela pesquisa dependem da chancela de quem está no topo da hierarquia das organizações. Afinal, para que novas medidas e processos entrem em vigor, precisam da aprovação de quem definitivamente bate o martelo. “São os Conselheiros que norteiam a tomada de decisões. Daí a necessidade das empresas formarem um Conselho atualizado e conectado com as transformações na sociedade e impacto que elas promovem no universo da gestão”, afirma.

Atentas a essa necessidade, a Fundação Dom Cabral (FDC) e a JValério Gestão e Desenvolvimento oferecem o Programa de Desenvolvimento de Conselheiros, o PDC.

A solução prepara Conselheiros de Administração para a função e promove a compreensão sobre as responsabilidades do cargo. Proporciona também a reflexão profunda e desenvolvimento de uma base sólida de fundamentos, sem perder a articulação com a aplicação prática. A metodologia utilizada será a do Board Case: simulação prática e instigante das etapas de preparação e execução de uma reunião do Conselho de Administração. O curso oferece ainda certificação de Conselheiro.

O que achou sobre o conteúdo? Vamos conversar? Deixe um comentário.
ASSINE NOSSA NEWSLETTER