Você já ouviu falar em Líder Sapiente?

23/04/2021
Você já ouviu falar em Líder Sapiente? | JValério

Com a pandemia da Covid-19, gestores tiveram que abandonar o pensamento linear e se adaptar às transformações em três dimensões; saiba quais são elas no post de hoje

As guinadas fazem parte do universo corporativo. Os gestores estão acostumados a tomar decisões rápidas num mundo onde as transformações são constantes devido ao avanço da tecnologia, que incide em novos comportamentos em toda a sociedade. Mas com a chegada da Covid-19, nem o mais futurista dos estrategistas seria capaz de responder de forma tão veloz às adequações promovidas para absorver os impactos da crise sanitária sobre os negócios.

As mudanças causadas pelo Coronavírus podem ser caracterizadas por três dimensões:

Transitar, paralelamente, nesse cenário tridimensional, é o grande desafio das lideranças. No entanto, nossos líderes não foram preparados para reagir a uma realidade onde as transformações acontecem em três dimensões. A mente humana evoluiu para pensar de forma linear e localmente: mas havia uma pandemia no meio do caminho.

A crise sanitária veio acompanhada de emboscadas na economia e na logística. O coronavírus tornou obrigatórios o trabalho remoto, o ensino à distância, a telemedicina e e-commerce, apenas para citar alguns exemplos. E as lideranças precisaram se adaptar a todas essas questões num tempo recorde. É compreensível que os gestores se sintam desorientados em meio a esse tsunami de mudanças.

De um dia para o outro, o pensamento linear ficou defasado, como afirmou o famoso futurista Ray Kurzweil: “O futuro é amplamente mal compreendido. Nossos antepassados esperavam que fosse muito parecido com o seu presente, que havia sido muito parecido com o seu passado.” Essa projeção foi inviabilizada pela Covid-19 porque a cultura da linearidade não consegue abarcar as mudanças ininterruptas, generalizadas e exponenciais, das quais falamos acima, que ocorrem ao nosso redor num espaço tão curto de tempo. Esse cenário tridimensional é complexo e rápido demais. Conclusão: a cultura da estabilidade está no campo da exceção.

Sem etapa de transição

O exercício da resiliência, no mundo corporativo, nesses tempos tão surpreendentes, nunca sofreu tantos testes e teve seus significados ampliados. A boa notícia é que as mudanças já eram pauta nas organizações. Automação, inteligência artificial, interconectividade e consultorias especializadas em administrar crises e desenvolver novas estratégias de crescimento e gestão, eram assuntos candentes nas corporações. Eram chamadas de “tendências” e já estavam em curso e criando raízes profundas. O Coronavírus apenas acelerou a etapa de transição para esse novo ambiente. E tudo isso exigiu adaptações por parte das lideranças.

Na visão de Aneel Chima, PhD e Diretor de Saúde e Desempenho Humano e do Stanford Flourishing Projec, e do inventor Ron Gutman, que também é empresário na área de tecnologia/saúde, precisamos de lideranças mais preparadas, capazes de absorver tantas mudanças inéditas. Batizado de “Líder Sapiente”, esse executivo é sábio, sagaz, criterioso, autêntico, humilde, vulnerável, valoriza o compartilhamento de conhecimento e o desempenho coletivo, inspira confiança e oferece segurança psicológica para os liderados. São anti-herois e sabem que, sozinhos, não ganharão as batalhas e envolvem a equipe no propósito da corporação.

Confira os quatro pilares do Líder Sapiente.

  1. Portas abertas, e disponível a críticas e sugestões

Os líderes em um mundo de mudanças frequentes devem se conscientizar de que precisam evoluir para que a empresa possa continuar crescendo e prosperando também. Nesse contexto, não basta apenas seguir a vontade do líder. Isso significa estar aberto a enxergar novos horizontes, estimular o trabalho em equipe, ter visão sistêmica. É uma dinâmica que envolve todo o conjunto de colaboradores. Eles precisam ter portas abertas para apresentar suas opiniões e expressarem o que sentem. Ouvir quem está na linha de frente da produção é importante para corrigir erros e traçar novas rotas.

  1. Proporcionar segurança psicológica para agir

Nos atuais tempos de mudança, que ocorrem muitas vezes em meio a situações de estresse, como a pandemia já demonstrou, é preciso garantir às equipes uma segurança psicológica na hora de agir. A partir do instante em que a equipe percebe terreno sólido para se expor, ela vai dar o melhor de si e, com isso, elevar as chances de aprimorar seu desempenho. A liderança, portanto, precisa estimular um ambiente de comunicação aberta e com fluidez, criar uma base de confiança, onde a hierarquia não intimide a troca de ideias.

  1. Equipes que cultivam o hábito do aprendizado suportam melhor os processos de mudança

O aprendizado contínuo é essencial para o líder e sua equipe. Ainda mais em um mundo de mudanças rápidas, que sempre podem trazer impactos no relacionamento com o cliente. Essa mentalidade significa incorporar disposição para corrigir o rumo com base nas melhores ideias e práticas que surgem no mercado ou no próprio ambiente interno. O aprendizado contínuo deve ser apoiado pela liderança e espalhado por todos os setores para atrair um número cada vez maior de participantes.  A formação continuada deve fazer parte da cultura organizacional.

  1. Compartilhar valores e propósitos da empresa elevam o foco, reforçam a coesão e mantém a resiliência nas fases de mudanças

O propósito demonstra uma disposição para realizar algo que possa beneficiar a coletividade, o mundo, e não apenas o defensor da iniciativa. Baseado em valores, o propósito reúne condições de ampliar o foco, melhorar a união da equipe e reforçar a resiliência dos colaboradores. Com um objetivo definido em mente, é possível mobilizar o grupo para que todos busquem soluções para os problemas da empresa. Portanto, dar suporte financeiro e condições de trabalho aos funcionários, estar atento ao que o cliente demanda, estabelecer práticas de gerenciamento constante nos processos internos, não lançar resistência a mudanças que o mercado impõe e contribuir com a sociedade para amenizar os efeitos da crise, podem ser um bom começo para mostrar as intenções da companhia nesse momento delicado.

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