Principais desafios de gerenciar uma empresa familiar

25/09/2023
Principais desafios de gerenciar uma empresa familiar | JValério

Sucesso envolve uma boa gestão e profissionalização das organizações, que envolve planejamento estratégico e implementação de processo sucessório

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 90% das empresas brasileiras têm perfil familiar. Elas ainda representam mais da metade do PIB (Produto Interno Bruto) e empregam 75% da mão de obra no país. Mas segundo estudo do Banco Mundial, 30% das empresas familiares chegam a 3ª geração, e apenas 15%, sobrevivem a ela.

As empresas familiares são um modelo bem tradicional no Brasil e tem como principal característica a sucessão hierárquica, além do controle total do negócio como patrimônio da família. Alguns cargos de administração podem estar sob o comando de profissionais contratados, mas a parte majoritária de tomada de decisões fica por conta dos membros da família.

As empresas classificadas como familiares não são todas iguais na composição da sua gestão. Confira os modelos a seguir.

Modelos de empresas familiares

1.  Familiar Tradicional

É o modelo mais comum e tem como base a ideia de que o empreendimento oferece uma renda duradoura e estabilizada para a família. Ainda costuma ser uma empresa de capital fechado e de controle exclusivo dos membros da família.

2.  Familiar Híbrida

Nesse modelo, qualquer pessoa pode fazer parte da empresa. Mas a parcela majoritária de decisões é tomada por um mesmo núcleo familiar. Costuma ter mais transparência do que o modelo tradicional.

3.  Com influência familiar

A empresa descentraliza o seu comando e faz com que outros gestores ou sócios tenham uma participação muito ativa nos negócios. Nesses casos, os membros da família têm menos de 50% do capital, mas continuam com grande poder de influência na administração.

Desafios de gestão nas empresas familiares

A cultura organizacional e de trabalho podem ser vistas como um dos desafios dentro das empresas familiares, principalmente, quando não há uma hierarquia bem definida e quando alguns colaboradores se sentem em um ambiente muito informal, sem as responsabilidades esperadas de desempenhos e prazos.

Para o negócio prosperar, é necessário saber separar as coisas, além de criar uma cultura de trabalho com muito profissionalismo, movida a objetivos e inovações.

Outros desafios na gestão são:

  1. Falta de sucessor
  2. Liderança centralizadora
  3. Ausência de direcionamento
  4. Controle das emoções
  5. Resistência à mudança ou choque de gerações
  6. Briga entre herdeiros
  7. Não saber liderar parentes
  8. Contratação por confiança e não por competência
  9. Controle financeiro ineficiente
  10. Falta de inovação

Profissionalização na gestão

A transição no modelo de gerenciamento pode parecer um sacrifício muito grande, mas o principal para se entender, é que o controle da empresa e as decisões no negócio ainda podem ficar sob o comando familiar. Para isso, é necessário que seja feito de forma estratégica e profissional. Uma empresa pode ser familiar, mas sem uma gestão familiar.

É necessário ter um plano concreto de negócio, no qual, todos estejam envolvidos e comprometidos, além de ser muito transparente, algo que é fundamental para o momento.

O sucesso ou o fracasso de um negócio se baseia no fato de possuírem e praticarem estruturas de governança bem como uma gestão profissionalizada e não no tipo de controle e se membros da mesma família atuam ou não na empresa.

Ou seja, os proprietários e seus familiares podem exercer funções no negócio, desde que os mesmos tenham capacitação técnica e comportamentos compatíveis, além de conseguirem exercer suas atividades sem misturar sua origem familiar ou societária.

Sucessão

Para ter uma sucessão de sucesso e sem traumas, o primeiro passo é identificar a real intenção/interesse dos sucessores em tocar o negócio. Pois, insistir na continuidade quando não há interesse, pode levar a empresa à falência. 70% das empresas não resistem à segunda geração.

Caso haja interesse, é necessário traçar um plano de sucessão. Existem quatro cenários mais comuns:

  1.  O sucessor dá continuidade na estratégia do negócio
  2.  O sucessor passa a ter controle e implementa melhorias ou uma nova estratégia para o mercado
  3.  Mais de um sucessor assume e esses fazem parte do negócio como gestores
  4.  Mais de um sucessor assume, mas os envolvidos não fazem parte da gestão

Qualquer que seja o cenário, o ex-dirigente tem que aceitar passar o bastão e não interferir, dando total liberdade para que novas ideias e decisões sejam tomadas e colocadas em prática.

E quando a decisão é vender a empresa familiar?

Às vezes, devido a conflitos familiares e falta de interesse dos sucessores, o dirigente vê a necessidade de vender a empresa.

Embora a venda seja uma possibilidade, a decisão deve ser muito bem tomada e amadurecida, e só confirmada depois de esgotadas todas as possibilidades como auxílio profissional na reconstrução da coesão familiar, injeção de mais capital pelos sócios ou negociação na saída de um ou mais sócios.

Como melhorar a gestão nas empresas familiares?

A JValério Gestão e Desenvolvimento, em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), realiza esse trabalho junto às empresas familiares. Elas oferecem um programa para executivos batizado de “Governança Corporativa em Empresas Familiares”.

Como vimos neste artigo, a gestão profissional é uma das formas de garantir a competitividade das famílias empresárias no mercado. O objetivo do programa é justamente promover uma discussão entre os membros de empresas familiares e gestores sobre as principais práticas de governança que impactam a concretização de uma gestão profissional do negócio, pensando na longevidade da organização. Para saber mais, acesse: GOVERNANÇA CORPORATIVA EM EMPRESAS FAMILIARES - JValério (jvalerio.com.br)

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