Diante do fim de um mandato, é importante que candidatos a cargos estratégicos saibam quais serão seus papéis dentro da organização
De maneira geral, existem dois tipos de herdeiros no mundo: os que veem os negócios familiares como uma fonte de renda e os que desejam trabalhar para dar continuidade ao legado. Certamente, temos como foco principal falar diretamente com o segundo perfil uma vez que a sucessão empresarial, com suas inúmeras particularidades, é um tema recorrente aqui no blog. Contudo, também falamos com aqueles que não sonham em assumir a presidência no lugar do pai ou veem essa dinâmica como uma obrigação. Afinal de contas, por mais que um cargo na empresa da família não esteja nos planos, é crucial saber como as coisas funcionam com o passar dos anos, pois trata-se de um sólido patrimônio que, na maioria das vezes, garante a manutenção de um padrão de vida alto.
Quem faz parte deste tipo de empreendimento precisa ter consciência da importância que recai sobre a transição de gestão. Chegada a hora de passar o bastão, todos os envolvidos - direta e indiretamente - se dão conta de algo que grande parte de nós daria tudo para ter: a oportunidade de escolher ser protagonista de uma história passada de geração em geração. Além dos ativos intangíveis que fazem parte desta dinâmica, como os valores instituídos e defendidos com unhas e dentes pelo idealizador, entram em cena uma série de questões que envolvem, sobretudo, os relacionamentos entre as pessoas que constituem aquela árvore genealógica e, porventura, venham a se tornar membros atuantes. Sem esquecer dos interesses dos demais, até dos que não constam no contrato social.
Não por acaso, muito antes de entender o significado de governança, a sensação de pertencimento pode e deve ser cultivada nos sucessores desde sempre. Aliás, no ramo corporativo, há um consenso envolvendo o planejamento sucessório capaz de traçar um percurso bem-sucedido e ele justamente engloba a preparação iniciada o mais cedo possível. No entanto, não é o que se vê na prática pelas diretorias afora: no caso das médias empresas, 71% atua com controle familiar, mas apenas 10% delas chegam aos netos do fundador.
No intuito de profissionalizar essa tomada de decisão, existem boas práticas a serem seguidas para tornar esse processo menos desafiador e, principalmente, garantir a longevidade das organizações. Pensando nisso, selecionamos alguns insights valiosos para quem decidir trilhar essa trajetória e assumir uma posição-chave com o devido conhecimento.
Você piscou e a chance de ser um CEO se tornou realidade, mas não sente que está preparado? Conquistar objetivos tão grandes como os concretizados pelos atuais líderes não é uma missão fácil, todavia, perfeitamente viável ao observar os 5 aspectos abaixo. Confira!
Quando pequenas, as crianças são apresentados aos negócios de forma lúdica enquanto correm pelos corredores e giram na poltrona do presidente. De modo geral, “rituais” como os de levar o filho para o escritório aos finais de semana e férias irão se transformar em memórias dignas de orgulho e formadoras de crenças durante o desenvolvimento. Já na adolescência, o envolvimento emocional tende a virar um entendimento mais pragmático dos negócios, expandindo as possibilidades de convergência do talento individual à escolha da carreira levando em consideração assumir uma cadeira.
Só conseguimos entender bem aquilo que conhecemos profundamente. Portanto, se depois de concluir a graduação acadêmica a meta é trabalhar nos negócios da família, convém fazer parte do quadro de funcionários antes mesmo de ter o diploma. Como sabemos, um líder carismático deixa uma marca praticamente intransferível, sendo assim, o ideal é que o candidato a sucessor passe por estágios em todos os departamentos com o objetivo de conhecer e conquistar o respeito dos funcionários, deixando claro que está ali por mérito e não apenas por ser “filho do dono”. Só para ilustrar, todos já ouvimos algum relato de profissionais bem-sucedidos que começaram no almoxarifado, por exemplo, e foram subindo degrau por degrau rumo ao topo.
Demonstrar paixão e interesse é o primeiro passo para entender o negócio, mas é aconselhável que o futuro empresário realize cursos que tenham a ver com a respectiva área de atuação. Isso porque o herdeiro precisa desenvolver as competências e habilidades necessárias para liderar. Algumas pessoas tentam realizar o estudo por conta própria, aprendendo no dia a dia da empresa familiar. Porém, só isso não basta. Sem a visão mais abrangente de um curso superior será difícil solucionar problemas mais complexos nos quais a decisão deve ser embasada em princípios de gestão, aplicação de técnicas e dados estatísticos. Outro ponto é que, geralmente, as empresas familiares podem ter uma cultura conservadora e centrada na figura do dono. Dessa forma, se você não tiver um conhecimento externo, dificilmente conseguirá promover as mudanças necessárias para se adaptar ao mercado de hoje.
Quando realizada gradualmente, a sucessão empresarial tem tudo para acontecer sem traumas. O mais indicado é negociar uma parte das responsabilidades, depois outra e outra, até a transição completa. Além disso, se possível, o antigo proprietário pode compor um conselho de administração definitivo ou temporário para acompanhar os passos do novato à frente do negócio. Quanto mais radical for a intervenção, maior será a resistência interna ao novo líder, de modo que o mais indicado é assumir aos poucos e preservar muitas das práticas internas para contar com a adesão dos colaboradores (ou mudá-las só depois de ouví-los). Posteriormente, com a consolidação da liderança, eventuais mudanças podem ser introduzidas e serão assimiladas com mais facilidade pelas equipes.
Quem se vê diante de uma sucessão tem nas mãos uma grande responsabilidade, além da comparação com os feitos passados. Essa expectativa pode dificultar o processo, principalmente em relação à cobrança de ser bem-sucedido. Por isso, ter uma rede de apoio é fundamental para superar os desafios. Inicialmente, o suporte pode ser encontrado nos próprios familiares e, até mesmo, junto aos líderes mais experientes da organização. No entanto, não descarte opções externas, como programas de educação corporativa, universidades, aconselhamento profissional, coaching e psicólogos.
Estando preparado ou não para assumir o comando de uma empresa familiar, o fato é que vivemos uma época de intensas transformações que exigem de todos os profissionais, mas sobretudo dos executivos, um olhar ampliado acerca das formas de gestão. Pautado nessa demanda, o Parceiros para a Excelência (PAEX) é o programa da JValério voltado a quem deseja potencializar a habilidade de resolver problemas enquanto desenvolve ou busca aperfeiçoar capacidades gerenciais para uma atuação voltada a estratégia e resultados. Lembrando que a excelência não é o fim da jornada, mas sim um meio de avançar cada vez mais.
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