Historicamente, empresas mais bem preparadas têm tido melhor desempenho em períodos de crise

13/04/2015
Historicamente, empresas mais bem preparadas têm tido melhor desempenho em períodos de crise | JValério
DIÁRIO DO SUDOESTE - Cristiane Sabadin Tomasi - 11/04/2015 A crise econômica de 2015 é assunto recorrente. Aonde as pessoas se encontram, seja em casa, no trabalho ou em reunião de amigos, o tema está na roda. Muitos empresários ficam apreensivos com a instabilidade do mercado e até cogitam fazer cortes no orçamento e demissões. Eduardo J. Valério, entrevistado desta semana, é diretor-presidente da J.Valério Consultoria S/C Ltda, associada à Fundação Dom Cabral (FDC) para os estados do Paraná e Rondônia. Ocupa também o cargo de vice-presidente da Federação Nacional das Associações de Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (FENADVB). Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Estratégia e Marketing pela Kellogg Business School e especialista em Governança Corporativa para Empresas Familiares pela Wharton Business School, Pennsylvania, Eduardo comenta sobre como as empresas devem encarar o período de crise, e enfim, não se abalarem. Especialista em empresas familiares, Eduardo diz ainda que as corporações precisam estar preparadas para enfrentar os momentos ruins e se manterem no mercado. Segundo estudos da própria J.Valério, as empresas familiares são o motor da economia no país. Hoje, elas representam 90% do mercado. Ou seja, são elas que movimentam todo o setor de produtos e serviços em uma imensa gama de atividades e representam 60% dos empregos formais no Brasil. É uma representatividade muito grande à economia, e por isso, é importante lidar com situações extremas e fazer com que cada colaborador se sinta parte da família. Na expressão mais usual do mercado de trabalho, “que todos vistam a camisa”. É hora de encarar a crise e crescer junto com sua   empresa. Diário do Sudoeste - Neste cenário de crise econômica, muitos empresários estão com medo de investir. Qual é o caminho para quem deseja se manter no mercado e ainda melhorar o desempenho em tempos de cortes de orçamento? Eduardo - A crise faz parte dos ciclos econômicos, costumamos dizer que é justamente neste momento que as empresas mais bem preparadas têm tido, historicamente, melhor performance tanto nos aspectos mercadológicos, econômicos e financeiros. Portanto, as empresas devem ajustar os seus planejamentos estratégicos para aproveitar as oportunidades que a crise apresenta. É a hora de tomar as decisões difíceis outrora proteladas assim como manter o foco nos objetivos de longo prazo, pois a crise passará e vai prevalecer quem fez a sua “tarefa” de casa. Na região Sudoeste, há muitas empresas que são comandadas por famílias. Em algumas, os pais, depois de 40, 50 anos, passam o bastão para os filhos. Como a sucessão pode ser saudável? A sucessão por si já é um desafio, independente da empresa ser familiar ou não. Não há uma fórmula “mágica” para que um processo sucessório seja exitoso. Alguns aspectos devem ser observados, quais sejam:1. Qual ou quais serão os cargos objeto da sucessão;2. Definir claramente as competências que farão parte dos cargos objeto da sucessão;3. Definir com exatidão se há interesse de sucessores e sucedidos em iniciar o processo. Todo o processo sucessório deve ser acompanhado do planejamento estratégico dos negócios. Muitos funcionários torcem o nariz ao novo chefe, especialmente se for o filho do dono. Como lidar com essas mudanças na empresa? Tem como isso ser também positivo?Trata-se de um processo longo e que deve ser muito bem planejado. Sucessores e sucedidos deverão comprometer-se com os seus objetivos e papéis atuais e futuros. O processo de comunicação interna e externa deverá ser cuidadosamente construído para não gerar falsas expectativas e ruídos desnecessários. Como o trabalho em equipe pode influenciar o desenvolvimento das empresas? Hoje em dia está cada vez mais raro que empresas consigam crescimento sem que as suas equipes estejam alinhadas e comprometidas com objetivos comuns. São estes objetivos comuns que fazem a base para o bom trabalho em equipe. E como colaborador pode fazer sua parte pensando sempre no todo? Conhecendo claramente qual o seu papel na organização, o que dele se espera e como ele poderá se desenvolver através do alcance dos resultados comuns. Sobre o tempo de empresa: há algumas que param no tempo porque tem mais de 30 anos e acham que não precisam mais se modernizar. Isso é bastante comum? Não mais, atualmente as empresas, por mais tradicionais que sejam, estão muito preocupadas em como se manter competitivas, portanto é cada vez mais raro encontrar este tipo de visão. O segredo, que não é tão secreto assim, é a gestão? Não importa o tamanho da empresa, nem seu tempo de mercado? Gestão sim, mas gestão com planejamento estratégico, foco na performance, processos internos eficazes e equipe. Se pudesse, qual conselho daria aos jovens empreendedores, que estão abrindo seu primeiro negócio em 2015, justo em ano de crise financeira? Novamente a crise é inerente ao mundo dos negócios, portanto, o empreendedor deve se manter convicto nos seus propósitos e perseguir de forma sistemática o seu próprio aperfeiçoamento como gestor. É a transição de empreendedor para empresário onde gestão, processos e performance andam de mãos dadas.
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